A Coletividade como Possibilidade de Resistência ao Trabalho Abstrato na Docência

Autores

  • Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Campus de Foz do Iguaçu
  • Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

DOI:

https://doi.org/10.29148/labor.v1i25.62594

Palavras-chave:

Trabalho. Docência. Modo de produção. Coletividade.

Resumo

O artigo é fundamentado na Perspectiva Histórico-Cultural em consonância com o Materialismo Histórico-Dialético, apresenta uma investigação teórico-bibliográfica desenvolvida no âmbito do doutorado finalizado em 2020, discute sobre a compreensão da coletividade para afirmar a relevância da resistência ao trabalho abstrato na docência. Ao articular as categorias possibilidade-realidade a pesquisa demonstra que a coletividade torna essencial uma auto-organização na qual o trabalho entre os membros seja uma atividade fonte de formação dos mesmos e desenvolvimento, que corroboram para a transformação da sociedade. Sabe-se que essa orientação não serve aos interesses do modo de produção capitalista cujo trabalho abstrato atende aos interesses econômicos. O professor não foi poupado destes interesses e o seu trabalho, cujo significado o torna responsável pela educabilidade do ser humano, é fonte de sua formação e desenvolvimento, mas indissociável do indivíduo-sociedade. A realidade evidencia que os professores vivenciam os resultados das mudanças políticas ocorridas no Brasil, em 2016, que favoreceu a agenda neoliberal da educação, que visa atender ao sistema capitalista, portanto, um retrocesso para o trabalho docente. Como realidade-possibilidade são indissociáveis, a coletividade torna-se imprescindível aos professores, pois através dela é favorecido aos membros a compreensão da realidade que é imprescindível no estabelecimento de caminhos para a luta, pois os que vivem nela sabem que há momentos de avançar e momentos de resistir, sendo que este não é sinônimo de imobilismo e, sim, um caminho para avançar.

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Biografia do Autor

, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Campus de Foz do Iguaçu

icenciada em Matemática pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE (2001), Mestre em Educação para a Ciência e a Matemática pela Universidade Estadual de Maringá - UEM (2012) e Doutora em Educação Matemática pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMS (2020). Foi professora da Rede Estadual de Ensino, vinculada ao Núcleo regional de Educação de Foz do Iguaçu/PR, e da Rede Municipal de Ensino. Atualmente é Professora da Área de Educação Matemática, do Centro de Engenharias e Ciências Exatas-Campus Foz do Iguaçu da UNIOESTE, do curso de Licenciatura em Matemática no qual, é membro do colegiado e coordenadora do Estágio Supervisionado obrigatório do curso. Integrante do corpo docente do Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Ensino (PPGEn) da UNIOESTE. Atua em ações de extensão voltadas a formação de professores de matemática sendo coordenadora do Programa de extensão integrando os alunos do curso em Licenciatura em Matemática à comunidade e líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Matemática e Trabalho Docente (GEPEMTD). Tem experiência na área de Educação, com destaque em Educação Matemática, atuando principalmente nos seguintes temas: Educação Matemática nos Anos Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio, Processos de ensino-aprendizagem-desenvolvimento, Trabalho docente, Formação de professores de matemática e Políticas educacionais. Membro da Sociedade Brasileira de Educação Matemática-SBEM e da Associação Nacional de Pós-Graduação em Educação-ANPED.

Orcid: https://orcid.org/0000-0001-9188-8620

, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

ossui graduação em Ciências Habilitação Plena Em Matemática pela Universidade Federal de Uberlândia (1985), mestrado em Educação Matemática (1997) e doutorado em Educação Matemática (2005) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP - Rio Claro. Atualmente é Diretora do Instituto de Matemática, Docente do curso de Licenciatura em Matemática e do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática e Docente do Doutorado em Ensino de Ciências da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da UFMS (2011/2013). Chefe do Departamento de Matemática da UFMS (2009/2010). Avaliadora CAPES de Projetos PIBID (2013). Editora-Chefe do Periódico Perspectivas da Educação Matemática da UFMS (2010-2013).Revisora e membro do corpo editorial de inúmeros periódicos.Coordenadora do Projeto CNPq Estado da arte das pesquisas em educação Matemática que tratam da formação de professores produzidas nos Programas de Pós-Graduação das regiões norte, nordeste e centro-oeste no Brasil a partir de 2005 (2011-2013). Coordenadora do projeto em rede Trabalho colaborativo com professores que ensinam Matemática na Educação Básica em escolas públicas das regiões Nordeste e Centro-Oeste, financiado pelo Programa Observatório da Educação - CAPES na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS (Instituição sede) (2013-2016). Colaboradora do Projeto Universal CNPq Mapeamento e estado da arte da pesquisa brasileira sobre o professor que ensina Matemática (2013-2016). Coordenadora adjunta do Grupo de Trabalho Formação de Professores que ensinam Matemática (GT 7) da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (2015-2018). Membro do GT7 - Formação de professores que ensinam Matemática da SBEM. Líder do Grupo de Pesquisa FORMEM - Formação e Educação Matemática. Atualmente desenvolve estudos e pesquisas na área de Educação Matemática e Ensino de Ciências com base nos princípios do Materialismo Histórico Dialético e da Pesquisa Colaborativa, atuando principalmente com Formação de Professores (formação inicial, formação continuada e desenvolvimento profissional).

Orcid: http://orcid.org/0000-0002-7554-0058

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Publicado

2021-04-28

Como Citar

ANDRADE, Susimeire Vivien Rosotti; SANDALO PEREIRA, Patricia. A Coletividade como Possibilidade de Resistência ao Trabalho Abstrato na Docência. Revista Labor, [S. l.], v. 1, n. 25, p. 181–199, 2021. DOI: 10.29148/labor.v1i25.62594. Disponível em: https://periodicos.ufc.br/labor/article/view/62594. Acesso em: 5 dez. 2025.

Edição

Seção

Dossiê