Os Rumos da Prosa: parentes chegados, primos cunhados

Autores

  • Ana Carneiro Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.36517/rcs.v44i2.851

Palavras-chave:

Narrativas, Relações Familiares, Prosas, Causo

Resumo

A partir de um “causo” de visita de parentes em um povoado rural, vemos como a prosa vai ali ganhando novos contornos, à medida que observamos as relações pessoais e familiares que dão continuidade ao ocorrido narrado, produzindo sentidos muitas vezes não verbalizados, contidos nos posicionamentos gerados pelas narrativas ditas e ouvidas no ambiente doméstico. Um determinado relato reveste-se, assim, de uma sucessão potencialmente infinita de narrativas pessoais, reunidas em uma cadeia de informações e perspectivas variadas. Em expansão contínua, não só para além do ocorrido narrado como também à distância física e temporal de seu primeiro relato, o ocorrido perpetua-se na boca de uma vizinhança que se amplia em função da circulação de visitas, e nos dá a imagem de uma coletividade familiar em constante movimento.

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Biografia do Autor

Ana Carneiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutora em Antropologia Social, pelo Programa de Pós-Graduação do Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGAS-MN/UFRJ). Integra os grupos de pesquisa NanSi (Núcleo de Antropologia Simétrica) e Nuap (Núcleo de Antropologia da Política), no PPGAS-MN/UFRJ.

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Como Citar

Carneiro, A. (2014). Os Rumos da Prosa: parentes chegados, primos cunhados. Revista De Ciências Sociais, 44(2), 196–215. https://doi.org/10.36517/rcs.v44i2.851

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