A MENTALIDADE COLONIAL NO BRASIL CONTEMPORÂNEO
Abstract
Este artigo apresenta os argumentos que sustentam nossa tese de que há uma mentalidade colonial que atravessa o Brasil contemporâneo. Para tanto, discutimos sobre o período colonial brasileiro a partir dos estudos historiográficos de Roberto Gambini, Fernando Novais, Ronaldo Vainfas, dentre outros. Neste exposto, das condições reais do “viver em colônias”, a conciliação ir-resoluta de opostos complementares soma-se à imbricação das duas esferas da existência: o público e o privado. Do que permanece na cultura forja-se um imaginário social por meio de uma manipulação simbólica que reproduz as características do “viver em colônias”, tendo por referência os estudos de José Murilo de Carvalho, Lilia Moritz Schwarcz e Bernardo Ricupero. Com os estudos de Jessé Souza, percebemos que esse imaginário simbólico é justificado teoricamente por uma singularidade cultural do brasileiro que legitima socialmente a articulação das noções de personalismo e de patrimonialismo que atualiza a imbricação público-privado. Por fim, junto aos estudos de Gilles Deleuze e Hannah Arendt, compreendemos que a lógica dessa justificação da singularidade cultural oculta uma colonização simbólica com o aporte na realidade da conjunção dos domínios público, privado e social inerente à imbricação público-privado. Diante disso, repercutem desafios àqueles que pensam em discutir a conjuntura atual brasileira.
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