As “condições” da verdade dos fatos

Autores/as

  • Geraldo Adriano Emery Pereira

Palabras clave:

Verdade. Política. Condição. Natalidade. Pluralidade. Mundanidade.

Resumen

O texto é uma proposta de apresentação sobre o modo como as categorias tratadas em “A Condição Humana” oferecem um aparato conceitual que nos permite entender o lugar da verdade dos fatos na sua relação com a política. A leitura dos conceitos de condição, pluralidade, natalidade e mundanidade oferecem uma espécie de delimitador conceitual do estatuto do “lugar” da verdade dos fatos na sua relação com a política. A máxima totalitária de que tudo é possível e a rebelião moderna contra os limites, inclusive os limites da realidade, nos permitem ver como os conceitos, há pouco citados, operam como solo e firmamento da noção arendtiana de verdade dos fatos. Ao descrever a modernidade, parece a Arendt que há riscos políticos onde verdade e falsidade perdem a linha de distinção e, principalmente, quando a verdade, como fator de estabilização dos cambiantes negócios humanos, desaparece. A experiência contemporânea, da pós-verdade talvez seja, a grosso modo, uma flagrante exposição da atualidade das reflexões de Arendt sobre verdade e política, principalmente se levarmos em conta as aná- lises presentes em A condição humana, que chamam a atenção sobre os riscos da rebelião moderna contra a realidade e a alienação do mundo.

Biografía del autor/a

Geraldo Adriano Emery Pereira

Doutor e Mestre em Filosofia Política pela UFMG. Graduação em Filosofia e Direito pela PUC-MG. Professor de Filosofia no Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa.

Citas

ARENDT, Hannah. The Human Condition.Chicago: Chicago University Press, 1974. ______. A Condição Humana. Tradução Roberto Raposo. Revisão de Adriano

Correia. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2013.

______. A vida do Espírito. Tradução Antônio Abranches; Cesar Augusto; Helena Martins. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2002.

______. Crises da República. Tradução José Volkmann. São Paulo: Perspectiva, 2004. ______. Compreender- Formação, exílio e totalitarismo. Belo Horizonte: UFMG/

Companhia das Letras, 2008.

______. Between Past and Future. New York: Penguin Books, 1977.

______. Entre o Passado e o Futuro. São Paulo: Perspectiva, 2003.

______. Origens do Totalitarismo: Antissemitismo, Imperialismo, Totalitarismo. Tradução Roberto Raposo. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

______. Ideology (Totalitarianism 212B) (Arquivo Arendt), 1955.

ABENSOUR, Miguel. Hannah Arendt contre la philosophie politique? Paris: Sens &

Tonka, 2006.

AGUIAR, Odilio Alves. Filosofia, Política e Ética em Hannah Arendt. Ijuí: Ed. Unijuí, 2009.

ALVES NETO, Rodrigo Ribeiro. Alienações do mundo: uma interpretação da obra de Hannah Arendt. São Paulo: Loyola, 2009.

CANOVAN, Margaret. Hannah Arendt as a Conservative Thinker. In: MAY, Larry; KOHN, Jerome. (Ed.). Hannah Arendt Twenty Years later. Cambridge, Mass: MIT Press, 1996 (1997). p. 11-32.

DUARTE, André. Hannah Arendt e a modernidade: esquecimento e redescoberta da política. In: CORREIA, Adriano (Org.). Transpondo o Abismo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2002. p. 55-78.

FEITOSA, Charles. Pós-Verdade e Política. Revista Cult. Disponível em:< https:// revistacult.uol.com.br/home/pos-verdade-e-politica/>. Acesso em: 1.o/mai/2018.

FORTI, Simona. Hannah Arendt tra filosofia e política.Milano:Bruno Mondadori,2006 KALYVAS, Andreas. Democracy and the politics of the extraordinary – Max Weber,

Carl Schmitt, and Hannah Arendt. Cambridge: Cambridge University Press, 2009.

TAMINIAUX, Jacques. Athens and Rome. In: VILLA Dana. Hannah Arendt. Cambridge: Cambridge University Press, 2007a. p. 165-177.

TASSIN, Etienne. La question de l’apparence. In: ABENSOUR, Miguel; BUCI- GLUCKSMANN, CASSIN, Barbara; COLLIN, Françoise; REVAULT D’ALLONNES. Ontologie et politique – Actes du Colloque Hannah Arendt. Paris: Éditions Tierce, 1989. (p. 63-84).

Publicado

2018-11-29

Número

Sección

Artigos