O MESTRE IGNORANTE DE JACQUES RANCIÈRE: UM CAMINHO PARA APRENDIZAGEM DA FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO?

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.30611/2020n20id62612

Palabras clave:

Aprendizagem, Avaliação, Filosofia, Ensino Médio

Resumen

O texto aqui apresentado é um recorte da dissertação intitulada “Igualdade e emancipação: signos para se pensar a avaliação em filosofia a partir de O mestre ignorante de Jacques Rancière” defendida no Mestrado Profissional em Filosofia-PROF-FILO, Núcleo da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte-UERN em junho 2020. Nesse recorte, a pesquisa parte da provocação de Ceppas (2013) segundo o qual há espaço na Escola para o “anúncio da boa nova da emancipação” e que tal anúncio, assumido pelo filósofo-professor, é um “desafio pedagógico-político”. Ao assumir essa posição, a pesquisa questiona se é possível indicar um método para que o “anúncio da emancipação” na Escola possa ser feito segundo uma tonalidade inspirada em O mestre ignorante? Em um primeiro momento, a pesquisa reconhece que existe uma discussão sobre o “método” na obra citada; que é possível indicar no texto diversas maneiras para se referir ao “método Jacotot” e que é possível também especificar elementos do referido “método”. Porém, a pesquisa aponta restrições em O mestre ignorante para uma “tradução pedagógica” ou institucionalização do “método Jacotot”. Dessa forma, mais do que “criar” um novo método de aprendizagem da Filosofia, o objetivo do recorte que aqui apresentamos é indicar um caminho seguindo a narrativa da “experiência pedagógica” (RANCIÈRE, 2017, p. 32) de O mestre ignorante. Após a análise da bibliografia primária e secundária, a pesquisa apresenta oito passos ou movimentos para uma experiência com a Filosofia na Escola e, em sua última parte, amplia a discussão sobre o oitavo passo para pensar a avaliação da aprendizagem em Filosofia. Sobre esse último aspecto, a pesquisa conclui que se não cabe uma avaliação que verifique conhecimentos e conteúdos supostamente compreendidos ou não pelos estudantes, mas verificar o quanto o aluno buscou resolver a questão-problema colocada e como traduziu e deu palavra aos seus movimentos a partir da “coisa comum”, na avaliação o mestre deveria verificar o quanto de “atenção” e “vontade” o estudante coloca na sua “busca”.

Citas

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. Tradução de Alfredo Bosi. 4. ed. São Paulo. Martins Fontes, 2000.

BOAVIDA, João. Por uma didáctica para a filosofia – análise de algumas razões. In: Revista Filosófica de Coimbra, n. 9, 1996. p. 91-110. Disponível em: https://www.saavedrafajardo.org/Archivos/Coimbra/09/Coimbra09-04.pdf. Acesso em: 04 maio 2020.

CEPPAS, Filipe. Arte, educação e emancipação. In: Aisthe, v. VII, n. 11, p. 89-101, 2013.

CERLETTI, Alejandro. La política ignorante del maestro de escuela: la lección de Rancière. In: Educ. Soc., v. 24, n. 82, p. 299-308, abr. 2003.

CERLETTI, Alejandro. O ensino de filosofia como problema filosófico. Tradução de Ingrid Muller Xavier. Belo Horizonte: Autentica Editora, 2009.

CRUZ, Crislaine Santana; BRETAS, Silvana Aparecida. O Método da Igualdade: Jacotot e a experiência do ensino universal no contexto da Revolução Francesa. In: Reunião Nacional da ANPEd, 38. Anais [...]. São Luís, MA: UFMA, out. 2017. p. 1-17. Disponível em: http://anais.anped.org.br/sites/default/files/arquivos/trabalho_38anped_2017_GT02_846.pdf. Acesso em: 21 jul. 2019.

KOHAN, Walter Omar. Infância - entre educação e filosofia. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro; PRADO, Marco Aurélio Máximo. O Método da Igualdade em Jacques Rancière: entre a política da experiência e a poética do conhecimento. In: Revista Mídia e Cotidiano, v. 12, n. 3, p. 7-32, dez. 2018.

RANCIÈRE, Jacques. Atualidade de O mestre ignorante. [Entrevista cedida a] VERMEREN, Patrice, CORNU, Laurence e BENVENUTO, Andrea. Educ. Soc., v. 24, n. 82, p. 185-202, abr. 2003.

RANCIÈRE, Jacques. O mestre ignorante – cinco lições sobre a emancipação intelectual. Tradução de Lilian do Valle. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017.

Publicado

2021-02-17

Número

Sección

Dossiê Ensino de Filosofia