OS LIVROS INFANTOJUVENIS E AS IMPRESSÕES DE GRACILIANO RAMOS
Abstract
Este artigo apresenta aos leitores do romancista alagoano Graciliano Ramos, acostumados com uma escrita para adultos, uma publicação que resultou de sua preocupação com a infância e não apenas da sua própria, denominada Infância. Ao registrar seu ódio aos livros infantis, caracterizando-os como “maçadores, pesados, estopantes, xaroposos”, e, ao mostrar-se avesso ao pedantismo com o qual se compunham livros para os pequenos, Ramos assinalou estranheza e repugnância a tais práticas. Portanto, este artigo analisa a escola descrita por Ramos por dentro: a rudeza do aprendizado infantil, as leituras maçantes dos livros escolares, a formação moribunda dos professores, os dias enfadonhos da escola, a estrutura precária, os castigos físicos e as humilhações. Para fundamentar este trabalho, dialogou-se com Batista (2009), Benjamin (2011) e Gomes (2003). Observou-se que o mestre romancista alagoano, ao empreender uma visão crítica ao livro infantil da República brasileira, apresenta, juntamente com os literatos e educadores dos anos de 1920 e 1930, as mesmas disposições de tentar superar as velhas formas de ensino. Particularmente sobre o livro infantil, as críticas se aproximavam; porém, talvez houvesse um ponto crucial quanto ao tipo de literatura, os efeitos na formação da infância: o mundo real não deveria ser substituído pelo inventado, visto que a criança precisava simultaneamente transitar entre o mundo vivido e o mundo inventado.Downloads
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