MULHERES, FAMÍLIA E LOUCURA EM O FUNIL DO DIABO, DE JÚLIA LOPES DE ALMEIDA
Abstract
O presente artigo aborda a obra O Funil do Diabo (2015), da escritora carioca Júlia Lopes de Almeida (1862-1934), escrita entre os anos 1930 e 1934. A obra trata do sumiço de rolos de libras do cofre do marido de Juliana, que busca investigar o ocorrido, desconfiando das pessoas e de sua própria sanidade. Na trama, emergem personagens como o reservado padrasto da protagonista, psicólogo que hipnotiza os pacientes, André, o marido impulsivo de Juliana que mantém uma fábrica próxima à casa, e também a mãe e a prima da protagonista, que a ajudam a desvendar o suposto crime, não sem antes se tornarem parte de intrigas. O clima de mistério é também produzido pela geografia do lugar onde se passa o enredo, isto é, pelo penhasco nos arredores da casa, cuja formação rochosa ganha o nome de Funil do Diabo. De cunho investigativo e permeado por tensões, o romance trata dos conflitos familiares e da loucura, com o protagonismo das mulheres. A partir de uma análise feminista e histórica, pensando em especial os discursos médicos da época sobre a loucura, busco analisar as críticas engendradas pela autora com a trama e seu desfecho.
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