Por quem os sinos dobram: a guerra e a marginalização das personagens femininas, será?
Abstract
No século XX, as guerras mundiais afetam a perspectiva do indivíduo em relação à realidade que, além de determinista, torna-se pessimista. Esses sentimentos passam a influenciar a produção artística do mundo pós-guerra, tornando-se temas recorrentes em obras de escritores que integram o grupo conhecido como Geração Perdida, no qual Ernest Hemingway ocupa lugar de destaque. Em Por Quem os Sinos Dobram (1940), o autor desenvolve seu enredo durante a Guerra Civil Espanhola e mostra que as personagens são capazes de cometer atos grotescos na luta pela sobrevivência. Além de uma crítica contundente aos atos atrozes praticados na guerra, Hemingway ainda aborda os dilemas humanos e o reconhecimento de um traço essencial mesmo naqueles considerados ameaças, os quais precisam também ser vistos com compaixão. Parte da narrativa recai sobre um grupo de guerrilheiros, do qual destacamos Pilar e Maria, sua relação entre si e com os demais personagens. Aspectos que oscilam entre o espírito de liderança e fragilidade, coragem e insegurança, acolhimento e abandono, benevolência e brutalidade marcam essas duas mulheres enquanto seres humanos dinamizadores de ações no contexto horrendo da guerra. Elas denunciam questões sociais, tais como abusos, assassinatos e traumas, também a relevância da liderança em meio ao caos.
Palavras-chave
Literatura. Guerra. Personagens femininas. Luta.