A IRREALIZAÇÃO DO SUJEITO EM O AMANUENSE BELMIRO, DE CYRO DOS ANJOS

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Abstract

O presente trabalho tem como objetivo analisar o romance O amanuense Belmiro, de Cyro dos Anjos, a partir da teoria do sujeito fraturado, de Luiz Costa Lima. Segundo o teórico, o discurso ficcional possibilita ao sujeito uma vivência distinta daquela do cotidiano, em que a mobilidade do eu tende a se congelar devido à busca por uma unidade, espécie de autocensura. Assim, o ficcional é um espaço relativamente autônomo em que o sujeito pode se libertar da censura e vivenciar sua multiplicidade, de modo que “a imaginação permite ao eu irrealizar-se enquanto sujeito, para que se realize em uma proposta de sentido” (COSTA LIMA, 2007a, p. 452). Buscamos demonstrar, dessa forma, como o narrador-protagonista Belmiro Borba, em seu diário, ficcionaliza suas experiências por meio de um teatro mental, irrealizando-se enquanto sujeito empírico para se realizarem, como proposta de sentido, outros “dois sujeitos”: Belmiro Caraibano e Belmiro sofisticado. Nesse exercício ficcional, ele acaba encontrando certo equilíbrio (ainda que precário) diante da vida, algo que não alcança na experiência cotidiana.

Author Biography

Wagner Fredmar Guimarães Júnior, Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários (Pós-Lit)/Faculdade de Letras da UFMG.

Possui graduação em Letras (2013) e mestrado em Estudos Literários (2016), pela Universidade Federal de Minas Gerais. Em 2017, iniciou o doutorado em Estudos Literários, na mesma instituição, com pesquisa sobre a ficção de Oswald de Andrade. Seus interesses estão nas relações entre literatura e sociedade, com foco no período de 1922 a 1945.

References

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Published

2019-04-29

Issue

Section

Estudos Literários