A ESSÊNCIA NÔMADE DA PALAVRA ROSEANA: UMA INCURSÃO PELO ESPAÇO LITERÁRIO DE AVE, PALAVRA

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Resumo

Na obscuridade do espaço literário a palavra ressurge incorporada e consubstanciada de inúmeros sentidos e valores semeados no solo desértico de Ave, Palavra. Por meio dos movimentos de recuo da linguagem a opacidade da poesia roseana anula a representação de um significado primeiro, o verbo essencial já não se desvela como termo, porquanto se abre a uma intenção e transborda para outra realidade. Essa coletânea recria o mundo por meio de uma poesia sóbria, todavia essencial, decantada de uma linguagem vigorosa e enérgica que nunca se cansa de assombrar por sua natureza rebelde e inapreensível. Ave, Palavra comporta uma ação lírica articulada no espaço soberano da obra, um fenômeno que converte toda a superficialidade do mundo exterior em um dito incessante, inesgotável e avassalador. Pretendemos nesse trabalho, fundamentados nos estudos de Maurice Blanchot, estabelecer um diálogo acerca da transcendência abstraída da palavra essencial arraigada no solo poético de Ave, Palavra, tendo como escopo o poema Nascimento.

Biografia do Autor

Elvira Livonete Costa, PUC GO

Mestrado em Letras - Literatura e Crítica Literária pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Graduação em Letras - Português e Inglês pela Universidade Estadual de Goiás. Pós-Graduação em Psicologia da Educação pela Faculdade de Anápolis. Atualmente é professora de Língua Portuguesa e Inglês na Secretaria da Educação de Goiás - SEDUCE, Professora de Língua Portuguesa da Faculdade Itapuranga - FAI, membro do Núcleo Docente Estruturante do curso de Ciências Contábeis (NDE) da FAI e do Corpo Editorial da Revista Científica FAI. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Língua Portuguesa e Literatura, atuando principalmente nos seguintes temas: Guimarães Rosa, Michel Foucault.

Referências

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Publicado

2019-04-29

Edição

Seção

Estudos Literários