AS APROPRIAÇÕES DA LITERATURA ANTISSEMITA NO ROMANCE AS MINAS DE PRATA, DE JOSÉ DE ALENCAR: O POVO JUDEU NO PROCESSO IDENTITÁRIO DA NAÇÃO

Autores

  • Rafaela Mendes Mano Sanches Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas.

Resumo

Este artigo analisa as representações do povo judeu no romance As Minas de Prata, de José de Alencar, a partir da imagem histórica dos hebreus como povomarginal e apátrida,desafiante aos ideais identitários. A produção da obra alencarianaentre os anos de 1862 e 1865 está em processo dialógico com o que outras manifestaçõesartísticas e literárias e, principalmente, a circulação e recepção do romance-folhetim O Judeu Errante, de Eugéne Sue,na imprensa fluminense,levantam sobre osaspectos tipificantes dos israelistas. As formulações dos judeus na relação dialética entre nacional e internacional repensam a composição de seus estereótipos, construídos no cerne do mito cristão, e redimensionam o mito do complôdesse povo. Sensível a sua época, José de Alencar reapropria-se da literatura antissemita, em repercussão, e ficcionalizao judeu como personagem conspirador e traidor, problematizando a participação dos israelitas no processo civilizatório.

Biografia do Autor

Rafaela Mendes Mano Sanches, Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas.

Doutora em Teoria e História Literária, na área de Concentração em História e Historiografia literária do Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas.

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Publicado

2016-06-01