Tipicidade e realismo em Engels e três exemplos da literatura brasileira
Abstract
Resumo
Este artigo é um trabalho de teoria e crítica literárias que recorre a Friedrich Engels, sobretudo às cartas que escreveu para Ferdinand Lassalle, em 1559, à Minna Kautsky, em 1885, e à Margaret Harkness, em 1888, propondo uma interpretação histórico-materialista da noção de tipicidade, base para a definição de realismo elaborada por esse pensador marxista no século XIX, tempos antes de Georg Lukács desenvolver esses dois conceitos em sua teoria estética. Realiza-se uma análise do poema Geni e o Zepelin, de Chico Buarque, do conto “Famigerado”, de João Guimarães Rosa, e da novela A hora de estrela, de Clarice Lispector, com o objetivo de verificar a adequação entre as duas categorias sob a interpretação engelsiana e três exemplos de gêneros distintos da literatura brasileira produzida na segunda metade do século XX. Assim, pondera-se sobre a atualidade da contribuição crítico-teórica de Engels e o que dela confere aos objetos analisados um caráter de engajamento crítico a partir da convergência entre forma e conteúdo inscrita na representação estético-literária.
Palavras-chave
Literatura brasileira; Materialismo histórico; Tipicidade; Triunfo do realismo.