VIRGÍLIO E OVÍDIO NA IDADE MÉDIA E SUA RECEPÇÃO NA ITÁLIA E ESPANHA

Autores/as

  • Marcio Henrique Vieira Amaro Universidade Federal do Ceará (UFC)

Resumen

A renascença e o barroco ligam a antiguidade clássica à modernidade. Entretanto, a reconstrução desse caminho ainda se encontra muito fragmentária em virtude da ausência de estudos de literatura comparada que possam orquestrar as várias vozes do mundo antigo e sua pervivência na literatura desse arco temporal. O presente trabalho pretende oferecer um itinerário literário do período augustano de poetas como Virgílio e Ovídio, e sua influência nas reflexões teóricas do medievo a partir da obra de Agostinho de Hipona. Num segundo momento, tentaremos comprovar que esses dois autores constituem os paradigmas seminais para a construção do estilo renascentista e barroco de grandes autores como Dante, Ariosto e Cervantes. Por fim, tentaremos comprovar a preferência desses autores pelo estilo literário ovidiano. Nosso referencial teórico serão os textos de Agostinho e Dante, que serão ampliados pelos estudos de Daniel Javitch. Na segunda metade do trabalho, aplicaremos as categorias dos dois autores medievais na leitura dos clássicos de Ariosto e Cervantes, em conjunto com os dados oferecidos pela pesquisa de Javitch. A reconstrução teórica do diálogo do mundo antigo com a modernidade pode oferecer um importante aporte para uma releitura de muitos dos autores dos primórdios da literatura brasileira.

Biografía del autor/a

Marcio Henrique Vieira Amaro, Universidade Federal do Ceará (UFC)

Bacharel em Direito pela Universidade de Fortaleza – Unifor. Mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará – UFC. Doutorando em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará.

Citas

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Publicado

2018-07-27