Mantos de veludo com franjas de algodão: a figura diabólica no Fausto, de Goethe, e em "A igreja do diabo", de Machado de Assis
Resumen
Em sua produção literária, Machado de Assis manteve um constante e intenso diálogo com a tradição intelectual ocidental, tanto no que diz respeito aos modelos clássicos de escrita quanto aos temas tratados em suas obras. Por esse motivo, uma análise de natureza comparativa que leve em consideração esse aspecto intertextual da produção machadiana é capaz de proporcionar um olhar interessante sobre o texto do autor. Desse modo, o presente artigo pretende fazer uma abordagem nesse sentido, propondo uma leitura comparativa entre o conto “A igreja do Diabo”, e a primeira parte do Fausto, de Goethe, focalizando, sobretudo, a representação da figura diabólica presente em ambas as obras. O objetivo da análise aqui proposta é explicitar a maneira como os dois escritores exploraram uma personagem bastante significativa da cultura ocidental, esclarecendo as semelhanças e as diferenças entre ambas as representações, para tratar de uma temática universal e atemporal: a condição humana.
Citas
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