Eliane lê Clarissa

a mulher selvagem no país colonizado

Autores/as

  • Suene Honorato Universidade Federal do Ceará

Resumen

Em Metade cara, metade máscara, Eliane Potiguara comenta a influência que o livro Mulheres que correm com os lobos, de Clarissa Pinkola Estés, exerceu sobre sua vida e sua escrita. No poema "Pele de foca", Eliane retoma explicitamente ao menos três narrativas contadas por Clarissa: 1) "Pele de foca, pele de alma"; 2) "Sapatinhos vermelhos"; e 3) "A Mulher-esqueleto". A análise detalhada do modo como Eliane retoma essas narrativas, que ocupa a parte central deste artigo, indica aproximações e divergências. Ambas as escritoras partem de narrativas da tradição oral para pensar situações vividas pelas mulheres na contemporaneidade. Mas enquanto o livro de Clarissa objetiva fazer com que as mulheres em geral se (re)aproximem do arquétipo da Mulher Selvagem, como forma de resolver ou minimizar problemas da vida moderna, o livro de Eliane insere a mulher selvagem no panorama das lutas contra os efeitos da colonização, nomeando opressões concretas vividas pelas mulheres e povos indígenas nos últimos quinhentos anos, e objetiva elaborar estratégias para sua superação.

Publicado

2024-07-09