Dinamicidade interpretativa das representações insólitas da morte em El espectro, de Horacio Quiroga, e Cartas de mamá, de Julio Cortázar
Résumé
Este trabalho traça um percurso argumentativo sobre os caminhos interpretativos das representações da morte na literatura insólita. Dois itinerários cruzam-se nesse caminho. Um é o da análise da obra em sua composição, revelando as dificuldades impostas à interpretação pelas suas formas. O outro é o estudo das formas do fantástico, recorrendo à contribuição de Tzvetan Todorov, David Roas, Jaime Alazraki e Juan Herrero Cecilia, e das poéticas das obras abertas, tomando as elaborações de Umberto Eco com referência, que impõem diferentes instrumentais para a exploração do texto. Nesse percurso, a metáfora viva, conforme pensada por Paul Ricœur (2015), demonstra-se capaz de servir de ponte para a resolução da problemática visada. Ao final, pretende-se, além interpretar esteticamente as representações da morte nos contos – El espectro, de Horacio Quiroga, e Cartas de mamá, de Julio Cortázar –, elaborar uma proposta de abordagem das poéticas da morte insólita que concilie a leitura referencial e a leitura metafórica.