Ruptura e desconstrução do discurso colonial no romance de Manuel dos Santos Lima

Autores

  • Francisco Daniel Universidade de Évora

Resumo

Em que medida Manuel dos Santos Lima consegue contestar o colonialismo em contexto colonial? É o que se pretende aferir do confronto comparativista de dois romances distanciados em uma década, mas produzidos em contexto de colonização: As sementes da liberdade, publicado em 1965 e As lágrimas e o vento, publicado em 1975, romances de Manuel dos Santos Lima, um escritor angolano que fez parte da geração nacionalista das décadas 50 e 60 do século XX, tendo sido o fundador e primeiro Comandante em Chefe do braço armado do MPLA. Entretanto, insatisfeito com as posições de Agostinho Neto, torna-se dissidente do Partido, seguindo o mesmo caminho que Viriato da Cruz, Mário Pinto de Andrade e Eduardo Macedo do Santos. Mediante recortes teóricos dos conceitos pós-colonialismo, resistência, vilanização e ideologias de dominação racial e cultural, fundamentados por Homi Bhabha (1998), (Mafalda Leite, 2003), (Cristina Vieira, 2008) Anabela Silveira (2016), entre outros, o presente artigo pretende analisar em que medida a contestação ao colonialismo português, questão sempre intrinsecamente polémica e ideológica, é similar ou distinta nos dois romances e compreender, também, de que estratégias discursivas o autor se apropria para desconstruir o pretenso discurso legitimador daquele regime opressor.

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Publicado

2021-03-12