Edições anteriores
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DOSSIÊ: LIÇÕES DE SARAMAGO
v. 12 n. Especial (2022)Eis aqui as Lições de Saramago, com as quais a Entrelaces comemora o centenário de José Saramago. A presente edição reúne textos de perspectivas teóricas variadas, recebidas tanto de centros de pesquisa do exterior, oriundas de Portugal e da Itália, como do Brasil, vindas de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e aqui do Ceará. Como prevíamos, quando se trata de Saramago, seja pela largueza humana de seu projeto literário, seja pela complexidade alcançada por seu discurso, as lições suscitariam ruptura de fronteiras epistemológicas e geográficas.
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Dossiê “Da tabuinha ao e-mail: a escritura epistolar no mundo antigo e contemporâneo"
v. 1 n. 16 (2019)A obra escolhida para compor nossa edição chama-se The Love Letter[1]. Foi pintada pelo artista holandês Petrus van Schendel (1806-1870).
[1] Disponível em https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Petrus_van_Schendel_Der_Liebesbrief.jpg. Acesso em 28/07/1989.
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Dossiê (Des)Dobras Barrocas: Conexões Transatlânticas entre Artes e Culturas
v. 1 n. 12 (2018)Depois dos equilíbrios do Renascimento e dos desequilíbrios do Maneirismo, o Barroco constitui uma das mais marcantes estéticas surgidas com a modernidade. A produção artística barroca desenvolve-se em um nível que, conscientemente, exorbita a dimensão local. Um exemplo: em 1705, sai Musica do Parnasso, a primeira coletânea de poesias publicada por um brasileiro. O autor é o escritor Manuel Botelho de Oliveira, que, no prefácio do seu volume poético, lê a evolução da literatura como um processo de expansão transatlântica "europeia": a literatura começou épica na Grécia e acabou, barroca e exótica, na América lusófona.
O Barroco, em suma, até fora do continente europeu, é percebido desde o seu começo como o estilo com o qual se inaugura, de forma expansiva, uma época nova, tanto que muitas experiências sucessivas de ruptura cultural irão coincidir com uma redescoberta do Barroco. A literatura barroca, de fato, foi reinterpretada, reproposta, re-canonizada e relançada, no século passado, tanto na época do modernismo quanto durante a pós-modernidade, viradas culturais de crucial importância.
O barroco também envolveu realidades particulares: Apesar de não ter sido um dos centros do barroco brasileiro, o próprio Ceará teve as suas manifestações barrocas. As artes plásticas tiveram expressões barrocas, assim como a arquitetura e a música.
(Des)Dobras Barrocas: Conexões Transatlânticas entre Artes e Culturas foi o título de um Colóquio Internacional realizado nos dias 26 e 27 de abril de 2017, no Auditório Rachel de Queiroz, e organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da UFC, com coordenação científica dos professores Yuri Brunello, do PPGLetras/UFC, e Francesco Guardiani, da University of Toronto. De tal evento a Edição Abr.-Jun. (2018) da Entrelaces quer apresentar as contribuições, acrescentadas de artigos a serem enviados sobre os seguintes temas: O Barroco dos Antigos e o Barroco dos Modernos; O Barroco em relação ao Renascimento e ao Maneirismo; O Barroco entre a Europa e as Américas; O Barroco e o Neobarroco; O Barroco Nordestino.
Francesco Guardiani (University of Toronto)
Yuri Brunello (PPGLetras/UFC)
Organizadores do Dossiê
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Dossiê "Vidas íntimas: poéticas do Eu"
v. 2 n. 9 (2017)Dossiê Vidas Íntimas: Poéticas do Eu
Todo texto, em último caso, seria autobiográfico. É Paul de Man, filósofo belga, quem assina essa proposição arriscada, e por isso mesmo polêmica. O pensamento do autor expresso em "Autobiografia como des-figuração" revela bem a dimensão do lugar, ainda incontornável, que a autobiografia e seu modus operandi ocupam no fazer literário e no debate crítico-teórico.
É desse Eu indiscernível e problemático, levado ao extremo em suas muitas possibilidades de expressão, que se ocupam, por exemplo, as investidas intelectuais de Philippe Lejeune, Georges Gusdorf, Jean Starobinski, Serge Doubrovsky, Beatrice Didier, Leonor Arfuch, Paula Morão, Clara Rocha, dentre outros. Seus textos, fundadores ou não, integram um campo de investigação alicerçado sob consecutivas ressalvas e exceções, posto que cada projeto autobiográfico demanda com frequência a criação de um modelo analítico que lhe sustente. Um campo, portanto, erigido em torno do que a heterogeneidade da vida íntima, pessoal e intransferível, pode oferecer de risco e invenção.
No plano literário, o Eu encontra lugar propício para a dar vazão as suas subjetividades e idiossincrasias, cujas provas de dispersão e fragmentação são ratificadas justamente pelos suportes que convocam, naturalmente diversos (diários, memórias, cartas, confissões, relatos de viagem). Se se esconde sob a capa protetora de uma persona ficcional, ele muitas vezes impregna com o humor do corpo a superfície do texto. Assim, da pele à página, são muitos aqueles/as que apostaram e apostam sua fichas no jogo arriscado para o qual a autobiografia convida. Entre nomes lembrados e esquecidos, estão Marcel Proust, Lima Barreto, Pedro Nava, Helena Morley, Maura Lopes Cançado, Carlos Sussekind, Renato Pompeu, na prosa; Bandeira, Drummond, Ana Cristina Cesar, Stela do Patrocínio, Teresa Rita Lopes, na poesia.
Partindo, então, da autobiografia e de suas noções-valises (escritas de si, intimismo, confessionalismo), a Entrelaces, Revista do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Ceará, apresenta, a seguir, textos que exploram a temática em dossiê intitulado Vidas íntimas: poéticas do Eu. Assim, pertencem ao escopo deste número trabalhos cujos pontos de partida sejam autores, obras e suportes (literários ou não) especialmente interessados nas questões supracitadas.