A LÍNGUA ESPANHOLA NO VESTIBULAR: O CASO DO VESTIBULAR DOS POVOS INDÍGENAS DO PARANÁ
Palavras-chave:
Vestibular indígena. Língua espanhola. Povos originários.Resumo
Criado com o propósito de viabilizar aos povos originários o ingresso, permanência e conclusão dos cursos de graduação, o Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná tem se destacado por seu caráter unificado de admissão às principais instituições públicas de ensino presentes no estado paranaense. Neste certame, uma exigência é a prova de conhecimentos em língua estrangeira, composta por questões que visam o entendimento do aluno em outro idioma, no caso a espanhola. Neste sentido, este artigo tem como objetivo principal analisar como a prova de língua espanhola se dá no caso do vestibular integrado indígena do Paraná e seu encaminhamento avaliativo, ponderando também a concepção de língua e método de ensino/aprendizagem que compõem o caderno de questões. A base teórica está centrada principalmente no modelo didático de gêneros (BRONCKART, 2003; 2006; CRISTÓVÃO, 2002; CRISTÓVÃO, 1996; DURÃO, 1999). Desde uma abordagem qualitativa, o parâmetro metodológico confronta as questões do vestibular com as competências específicas e habilidades propostas pela nova Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018), sobretudo no que concerne a questão das Linguagens e suas Tecnologias do Ensino Médio, bem como com os preceitos da Educação Escolar Indígena (BRASIL, 1994). Dentre os resultados, pondera-se a diversidade estilística nas questões avaliativas, ora com maior e menor teor gramatical, ora elaboradas na língua estrangeira, ora em língua portuguesa. Assim, este artigo servirá também de insumo para que candidatos melhor se preparem para com esta prova, bem como de parâmetro para a elaboração de semelhantes modelos diferenciados de acesso indígena ao ensino superior.