Admirável mundo novo da ética da informação 2.0 em tempos de fake news
DOI:
https://doi.org/10.36517/2525-3468.ip.v5i1.2020.43238.33-53Palavras-chave:
Informação. Fake News. Ética da Informação. Autoética da Informação.Resumo
Objetiva-se a apresentar manifestações propulsoras de fake news em suas articulações com a ética da informação 2.0 na contemporaneidade. Discute a missão do ideário da ética da informação 2.0 como lócus orientador e motivador de repertórios éticos comuns e consensualmente aceitos no campo da informação, ou, em contraposição, como lócus de repertórios éticos personalistas e individualmente constituídos, na condição de ideologia da ética da informação 2.0 instaurada em tempo de fake news. Destaca patologias sociais da informação oriundas de contexto marcado por esta última plataforma ética, apresentando, após análise dos dados bibliográficos, antídotos e iniciativas que visem à valoração da ética da informação 2.0 frente às fake news. Em termos metodológicos, no que tange às demandas formalísticas, o estudo fundamenta-se em texto de V. G. Rodríguez, intitulado “O ensaio como tese”, valendo-se da hermenêutica habermasiana e subsidiando-se na abordagem de pesquisa qualitativa. Infere que o projeto ideológico subjacente ao avanço das fake news ameaça o significado da ética da informação 2.0 junto ao imaginário social. Assim, é imprescindível enfrentá-lo como fenômeno social. Para tanto, profissionais de informação, demais especialistas que lidam com notícias, Governo e governantes devem fortalecer delineamentos mais sólidos em direção da ética da informação 2.0 versus o avanço das fake news.
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