CONSCIÊNCIA E IMPÉRIO: POLÍTICA E TEOLOGIA MORAL NO MUNDO PORTUGUÊS DA IDADE MODERNA
Abstract
Este artigo apresenta a primeira reconstrução da relação entre consciência e império no mundo
português entre 1500 e 1650. Ele mostra em que grau a fundação da Mesa de Consciência,
um conselho régio de teólogos dedicado a questões como guerra, comércio, conversão e
escravidão, moldou a ideologia imperial. Neste contexto, “consciência” emergiu como uma
palavra-chave no vocabulário político, refletindo a importância da teologia moral para a linguagem
política em que se concebeu o império. Ela não apenas reforçou a hegemonia dos
teólogos, mas também encorajou a emergência de uma casuística missionária, a qual se tornou
crescentemente independente de autoridades centrais do Reino e de Roma. Sob o domínio dos
Habsburgo (1580-1640), esse sistema foi desmantelado, e os teólogos perderam a sua centralidade
na corte. Depois da Restauração em 1640, algumas das antigas instituições foram recuperadas
no nome, mas a antiga interconexão entre política e teologia moral não foi reinstalada.
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