Editorial
Resumo
A Revista Passagens, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal, chega ao seu segundo número e completa o seu primeiro volume dedicado a um olhar o mais abrangente possível sobre as questões que, na primeira década deste século, marcaram as pesquisas em comunicação, especialmente nas suas interfaces com as ciências sociais e as artes. No presente número, a tônica está, tanto para uma reflexão sobre a comunicação como fenômeno cultural, social e antropológico como para a análise da constituição dos fenômenos, códigos e linguagens fotográficos e cinematográficos do século XX aos dias de hoje.
Os artigos publicados investigam desde as relações inter-constitutivas entre mídia e cultura, seus processos de negociação e o papel midiático de reatualização dos textos culturais, como uma é “espelho”, “cimento”, “alimento” da outra, à impossibilidade de uma identidade única numa sociedade marcada pela ubiquidade dos processos informativos-comunicativos, pelo hibridismo, pela constituição de uma nova experiência espaço-temporal resultando, ainda que não se negue a permanência de identidades arquetípicas, em novas identidades múltiplas e distintas; das investigações, na esfera da comunicação, sobre os modos como a sociedade constrói seu referencial de juventude aos modos de ação das novas tecnologias de comunicação, a internet, por exemplo, como fator de sociabilidade, de cidadania, em g rupos sociais periféricos; da constituição histórica da distinção entre ficção, não-ficção e documentário, a partir do que informa a documentação escrita sobre o filme, (cartazes, anúncios, matérias de jornal, prospectos...), recuperando um problema metodológico advindo da semiologia Barthesiana (função de ancoragem!) ao problema semiótico de fundo epistemológico da imagem dubitativa – qual a verdade das imagens técnicas? Instaurado pelo surgimento e disseminação das imagens digitais – e, por fim, aos modos de aparecimento do fenômeno tempo no cinema contemporâneo, deixando, cada vez mais, de ser mero referente, realidade externa representável, semiose, para tornar-se interior às próprias imagens.
Carta incompleta, o conjunto de textos deste primeiro volume tem o mérito de contemplar, a partir de perspectivas diversas, questões éticas, estéticas, filosóficas e teóricas gerais, mas fulcrais para o mundo atual. O leitor poderá, aqui, não só ter acesso ao quadro geral destas questões, mas já tê-las, em grande medida, em seus desdobramentos, aplicações e críticas mais recentes.
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