Interlocuções entre a psicologia analítica-comportamental e da libertação: algumas contribuições de Skinner e Martín-Baró
Palabras clave:
Ética, análise do comportamento, psicologia da libertaçãoResumen
A ética nas relações, decisões e ações cotidianas é um atributo normalmente almejado pela maioria das pessoas. Todavia, parece sustentável afirmar que toda ação humana está pautada por uma ética específica. Sendo assim, o fazer científico não é exceção. Uma vez que a ciência se propõe a trazer uma mudança no modo de vida dos indivíduos, caberia à ética determinar de que forma essa ciência seria aplicada a fim de prover a mudança almejada. Nesse sentido, o presente artigo pretende articular a teoria e tecnologia da Análise do Comportamento, a partir de Skinner, com a proposta empreendida por Martín-Baró, principalmente no que diz respeito aos aspectos éticos. A partir disso, analisar-se-á de que modo poderiam esses referenciais teóricos coadunar para a construção de uma práxis favorável à promoção de comportamentos éticos, sob este referencial, em especial, no contexto da América Latina. As proposições da Psicologia da Libertação constituem um possível valor secundário a ser utilizado como diretriz do trabalho do psicólogo que trabalha no sentindo de promover a sobrevivência da cultura, valor ético primordial, segundo Skinner. Deste modo, a integração de diferentes
perspectivas possibilita um movimento reflexivo acerca de seu fazer ético enquanto profissional.
Descargas
Citas
Abib, J. A. D. (2001). Teoria moral de Skinner
e desenvolvimento humano. Psicologia:
reflexão e crítica, 14(1), 107-117.
Andery, M. A. P. A., & Sério, T. M. A. P.
(2005). O conceito de metacontingências:afinal, a velha contingência de reforçamento
é insuficiente. Sobre comportamento
e cognição: aspectos teóricos e de formação
em Análise do Comportamento e Terapia
Cognitivista, 1, 106-116.
Castro, M. S. L. B. (2008). A Ética skinneriana
e a tensão entre descrição e prescrição
no Behaviorismo Radical. Dissertação
de Mestrado. Programa de Pós-Graduação
em Filosofia, Universidade Federal de São
Carlos, São Carlos, Brasil.
Dittrich, A., & Abib, J. A. D. (2004). O sistema
ético skinneriano e conseqüências
para a prática dos analistas do comportamento.
Psicologia: reflexão e crítica, 17(3),
-433.
Fernandes, D. M. (2015). Sobrevivência das
culturas como prescrição ética para o planejamento
cultural: um estudo conceitual.
Dissertação de Mestrado. Programa de
Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento
e Aprendizagem, Faculdade de
Ciências, Universidade Estadual Paulista,
Bauru, Brasil.
Goes, N. A. (2009). A psicologia comunitária
enquanto práxis libertadora no contexto da
América Latina. Monografia. Departamento
de Psicologia, Centro de Humanidades,
Universidade Federal do Ceará, Fortaleza,
Brasil.
Guareschi, P. (2009). Pressupostos epistemológicos
implícitos no conceito de libertação.
In R. S. L. Guzzo & F. Lacerda Jr
(Org). Psicologia Social para a América
Latina:
o resgate da Psicologia da Libertação
(pp. 49-63). Campinas, SP: Editora
Alínea.
Hanna, Elenice S., Ribeiro, Michela R.
(2005). Autocontrole: um caso especial de
comportamento de escolha. In J. Abreu
Rodrigues & M. R. Ribeiro (Orgs.) Análise
do Comportamento: Pesquisa, Teoria e
Aplicação (pp. 175-187). São Paulo: ARTMED.
Holland, J. G. (1979). Comportamentalismo
- parte do problema ou parte da solução?
Psicologia, 9(1), 59-75.
Lewontin, R. (1998/2002). A tripla hélice:
Gene, organismo e ambiente. São Paulo:
Companhia das Letras.
Martín-Baró, I. (1996). O papel do Psicólogo.
Estudos de Psicologia, 2(1), 7- 27.
Martín-Baró, I. (1998). Psicología de la liberación.
Madrid: Trotta.
Martín-Baró, I. Para uma Psicologia da Libertação.
In R. S. L. Guzzo & F. Lacerda
Jr (Org). Psicologia Social para a América
Latina:
o resgate da Psicologia da Libertação
(pp. 181-197). Campinas, SP: Editora
Alínea.
Nepomuceno, L. B., Ximenes, V. M., Cidade,
E. C., Mendonça, F. W. O., & Soares,
C. A. (2008). Por uma Psicologia Comunitária
como práxis de libertação. Psico,
(4), 456-464.
Oliveira, L. B., Guzzo, R. S. L, Tizzei, R. P., &
Silva Neto, W. M. F. (2014a). Vida e a Obra
de Ignacio Martín-Baró e o Paradigma da
Libertação. Revista Latinoamericana
de
Psicología Social Ignacio Martín-
Baró, 3(1),
-230.
Oliveira, L. B., Moreira, A.P. G., & Guzzo,
R. S. L. (2014b). Ampliando o conceito de
Situação-Limite de Martín-Baró: diálogos
com o conceito de crise. Revista de Psicologia
da UFC, 5(2), 96-107.
Schlösser, A. (2013). Práxis De Transformacão:
Diálogo Entre Paulo Freire, Ignácio
Martín-Baró E Jon Sobrino. Anais do
XI Congresso Nacional de Educação – EDUCERE.
Pontifícia Universidade Católica do
Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil.
Sidman, M. (1989). Coerção e suas implicações.
Campinas: Editora Livro Pleno.
Skinner, B. F. (1953/2003). Ciência e comportamento
humano. São Paulo: Martins Fontes.kinner, B. F. (1971/1973). O mito da liberdade.
Rio de Janeiro: Edições Bloch.
Skinner, B. F. (1972). Beyond freedom and
dignity. New York: Bantam Books
Skinner, B. F. (1974). About behaviorism.
New York: Vintage.
Skinner, B. F. (1981). Selection by consequences.
The Behavioral and Brain Sciences,
(4), 477-510.
Skinner, B. F. (1984). The Evolution of behavior.
Journal of the experimental analysis
of behavior, 41(2), 217-221.
Ximenes, V. M.; Cidade, E. C. (2016). Juventude
e pobreza: Implicações psicossociais
do fatalismo. Interamerican Journal
of Psychology, 50(1), 128-136.