As Desigualdades Categóricas e Duradouras de Propriedade, Raça e Sexo na Sociologia Paulista das Décadas de 1950 e 1960
Palavras-chave:
Desigualdades Categóricas, Propriedade, Raça, Sexo, Sociologia PaulistaResumo
O artigo propõe-se a identificar e analisar a forma como a geração de sociólogos que estudou o Brasil nas décadas de 1950-1960 discutiu as desigualdades sociais. Trabalha-se aqui textos de Donald Pierson (1966), Roger Bastide e Florestan Fernandes (1959), Antonio Candido (1977), Maria Isaura P. Queiroz (1957) e Maria Sylvia de Carvalho Franco (1997).[i] A leitura da produção desses autores foi orientada pela concepção de desigualdades categóricas e duradouras de Charles Tilly. Da análise chegou-se à conclusão de que, apesar das transformações sociais que o país estava vivenciando nas décadas de 1950-60, em face do processo de modernização, as desigualdades categóricas de propriedade, raça e sexo, longe de terem desaparecido, estavam aí presentes, passando a assumir novas formas.
Notas
[i] A data dos textos aqui tomados para análise corresponde ao ano da edição que tínhamos em mãos. Cruz das Almas, de Donald Pierson, teve sua primeira edição publicada pelo Institute of Anthropology, Smithsonian Istitution de Washingtons em 1951; a primeira edição do texto de Roger Bastide e Florestan Ferdandes é de 1957, publicada pela Editora Anhembi com o título Relações Raciais entre Negros e Brancos em São Paulo. Maria Isaura Pereira de Querioz publica seu texto em um número especial da Revista Anhembi em 1957. Participam dessa revista, além de Maria Isaura, Carlo Castaldi, Eunice T. Ribeiro e Carolina Martuscelli. A primeira edição de Os Parceiros do Rio Bonito, de Antonio Candido, é de 1964, publicada pela José Olympio. O texto de Maria Sylvia de Carvalho Franco, Homens Livres na Ordem Escravocrata, teve sua primeira edição publicada pelo IEB/USP (Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo) em 1969.
Referências
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