O Imaginário como algo Inimaginável. A sociologia rez de chaussée de Roger Bastide

Autores

  • Dora Vianna Vasconcellos Universidade Federal do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Sociologia, Imaginário, Roger Bastide

Resumo

O artigo dedicado a Roger Bastide pretende, a partir das noções de imaginário e inconsciente usadas pelo autor, identificar o que seria um possível viés no seu pensamento. É que, apesar de ter tentado identificar o que seria a decantação da África em meio a trama sincrética cultural brasileira, Bastide não testemunhou existir uma auto-representação independente para a camada subordinada. É o que se depreende de seus estudos sobre o lirismo dos poetas negros no Brasil. Não haveria traços africanos na poesia. Essa constatação revela o que teria sido uma possível filiação do autor à tradição durkheimiana em função de uma leitura demasiadamente sociológica das noções de imaginário e inconsciente e de uma concordância com a ensaística de Gilberto Freyre

Biografia do Autor

Dora Vianna Vasconcellos, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Formada em ciências sociais (2006) pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), mestre (2009) e doutora (2014) pelo Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da CPDA/UFRRJ(Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)

Referências

BASTIDE, Roger. Les religions africaines au Brésil. Vers une sociologie des interpénétrations de civilisations. Paris: Press Universitaires de France, 1960.

______.Sociologia e psicanálise. São Paulo: Melhoramentos, Ed da Universidade de São Paulo, 1974.

______.Arte e sociedade. São Paulo: Ed Nacional, 1979.

______. Sociologia. QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de. (org). São Paulo: Ática, 1983.

______. Poetas do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Duas Cidades, 1997.

______.O sagrado selvagem e outros ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

BRAGA, Maria Lúcia de Santana. Entre o claro e o escuro: o encontro entre Roger Bastide e Claude Lévi-Strauss. In: Estudos de Sociologia. Rev. do Prog. de Pós-Graduação da UFRE, V. 7, nº12, s/d, p.37-60.

CARNEIRO, Edison. Castro Alves. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1937.

DURKHEIM, Émile. Sociologia e filosofia. São Paulo: Ed EDIPRO, 2015

______. As regras do método sociológico. São Paulo: EDIPRO, 2012.

______. As formas elementares da vida religiosa. O sistema totêmico na Austrália. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

______. Émile Durkheim. Sociologia. RODRIGUES, José Albertino (org). São Paulo: Ática, 1978.

FREYRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala. Rio de Janeiro: Record, 2001

FROMM, Erich. Meu encontro com Marx e Freud. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1969.

FRY, Peter. Gallus Africanus est, ou, como Roger Bastide se tornou africano no Brasil. In: VON SIMSOM, Olga R. de Moraes (orgs) Revisitando a terra de contrastes: a atualidade da obra de Roger Bastide. São Paulo, FFLCH/CERU, 1986, p.31-46.

HOBBES, Thomas. Leviatã ou Matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

KECK, Frédéric. Introdução a Lévi-Strauss. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.

LÉVI-STRAUSS, Claude. O pensamento selvagem. São Paulo: Papirus, 2012.

LOCKE. Carta acerca da tolerância; Segundo tratado sobre o governo; Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1978.

LANNA, Marcos. Nota sobre Marcel Mauss e o ensaio sobre a dádiva. Curitiba: Revista Sociologia Política, nº14, p173-194, junho de 2000.

MARCUSE, Herbert. Eros e civilização. Uma interpretação filosófica do pensamento de Freud. Rio de Janeiro: LTC, 2015.

MAUSS, Marcel. O Ensaio sobre a dádiva: a forma e a razão da troca nas sociedades arcaicas. São Paulo: Cosac Naif, 2013.

ORTIZ, Renato. A consciência fragmentada. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.

______.Durkheim: arquiteto e herói fundador. São Paulo, Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol.4, nª 11, outubro de 1989.

PEIXOTO, Fernanda Arêas. Diálogos brasileiros. Uma análise da obra de Roger Bastide. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2000.

QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de. O imaginário será mesmo imaginário? In: QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de (org). O imaginário em terra conquistada. São Paulo, CERU/Textos, 2° série, nº4, 1993ª, 134-144.

______. Para atingir o imaginário em sociologia. In: QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de (org). O imaginário em terra conquistada. São Paulo, CERU/Textos, 2° série, nº4, 1993b, p.101-133.

SOUZA, Gilda e Melo e. O Tupi e o alaúde: uma interpretação de Macunaíma. São Paulo: Duas Cidades, 1979.

VASCONCELLOS, Gilberto Felisberto. A questão do folclore no Brasil. Do sincretismo à xipofagia. Natal, RN: EDUFRN: NCCEN, 2009.

Downloads

Publicado

2018-02-28

Como Citar

Vasconcellos, D. V. (2018). O Imaginário como algo Inimaginável. A sociologia rez de chaussée de Roger Bastide. Revista De Ciências Sociais, 49(1_Mar/Jun), 426–455. Recuperado de http://periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/30797