A comunidade no Brasil
um estudo tentativo para a sua configuração
Resumo
Uma contradição manifesta-se logo de início, entre o escopo e a envergadura do tema - que envolve considerações as mais controvertidas pelos especialistas em Ciências Sociais e, mesmo, com o grande público em nosso país e o espaço, a extensão, o reduzidíssimo número de linhas deste pequeno artigo. A limitação restringe o âmbito e a orientação das nossas ponderações a uma mera apresentação de idéias que julgamos, todavia, necessárias para um juízo preliminar e básico da essência da estrutura social e do sentido cultural das comunidades no Brasil. Comunidade, um dos conceitos mais difundidos da terminologia sociológica, tem sido vastamente empregado por autores filiados às mais diversas correntes de pensamento e originários de variadíssimas fontes de formação intelectual, em uma multiplicidade de situações. A própria utilização do termo não é recente - ela remonta no volume das definições e citações que se aproximam do conteúdo sociológico, aos meados do século passado. (1) A amplitude da divergência, concentrada ao redor da concepção de "unidade'', "solidariedade" ou de "comum", contém uma gama de variações que se estende desde a aplicação da palavra com um significado genérico (a comunidade humana) até àquela particularização da pequena comunidade, isolada em alguma quebrada de serra, quase auto-suficiente, infensa à mudança rápida de padrões culturais, voltada para si mesma.
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