Desenvolvimento agrário e estruturas de dominação no nordeste brasileiro

Autores

  • Remy Riand Université François-Rabelais de Tours

Resumo

As grandes secas que periodicamente abrasam o sertão nordestino deslocando montes de flagelados famintos constituem, sem dúvida, os auges das crises ao redor das quais se articulam, desde um século, as políticas intervencionistas do setor público. Programas de Emergência e estudos de medidas estruturais. propõem-se enfrentar a situação a curto e longo prazos; porém, com as primeiras chuvas, os flagelados voltam ao sertão e ao esquecimento; a realização dos projetos atrasa, os processos suavizam-se até à próxima seca que deixará reses e gente, políticos e planejadores na mesma impotência. Deveria haver possibilidade, depois de refletir sobre a natureza das concepções e intervenções, de encontrar-se as causas dos resultados decepcionantes, de quebrar a fatalidade deste ciclo apontado por uma ideologia mais do que centenária como grande responsável pelas misérias do Nordeste. Antes de tentar essa análise, será útil delimitar as grandes linhas dessa política intervencionista. Tentaremos caracterizar os programas através de algumas etapas principais, partindo-se da seca de 1877-79 até aos dias de hoje Seca de 1979-81)...

Biografia do Autor

Remy Riand, Université François-Rabelais de Tours

No Brasil, o Professor Rémy Riand atuou decisivamente para o sucesso de vários experimentos no campo da sociologia, sendo destaque sua participação no Projeto Pingo dAgua, desenvolvido no município de Quixeramobim, em parceria UECE/Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Ceará FUNCAP, no Projeto de Irrigação do DNOCS no município de Morada Nova, Ceará; no Projeto Colonização do Nordeste COLONE, no Estado do Maranhão; e no Projeto de construção de uma Barragem em Caridade, Ceará; deste modo contribuindo nas últimas quatro décadas para mudanças sociais no meio rural do Nordeste.

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Publicado

2019-11-04

Como Citar

Riand, R. (2019). Desenvolvimento agrário e estruturas de dominação no nordeste brasileiro . Revista De Ciências Sociais, 11(1 e 2), 133–161. Recuperado de http://periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/42629