De Índios, Crânios e Seus Colecionadores

dados sobre o exotismo e a trajetória da Antropologia, no Brasil do século XIX

Autores

  • Titus Benedikt Riedl Universidade Regional do Cariri (URCA)

Resumo

O colecionador etnográfico do século XIX representava, como dizia Baldus um "espírito da última hora" (Apud Porto Alegre, 1994:631) Em conseqüência do falta de grandes tesouros, predominava, no Brasil, o gosto pelo grotesco e a observação do patológico: as ossarias. os crânios, os trófeus de cabeça, as máscaras, os botoques, o curare etc. substituiram para o mercado etnográfico, as pedras preciosas, metais brilhantes e fragmentos de templos gigantescos, encontrados em outros países do hemisfério. A trajetória das ciências, no século XIX, mostra, que o pesquisador ainda não era capaz de penetrar num mundo diferente, de cornpreendê-lo em sua diversidade, e de amadurecer através dos conhecimentos ganhos. Assim, a evolução da própria disciplina parece, hoje, exótica, e não os seus alvos de observação.

Biografia do Autor

Titus Benedikt Riedl, Universidade Regional do Cariri (URCA)

é doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (2007), possui mestrado em Sociologia pela mesma instituição UFC (2002), e, também em Letras / História / Africanística pela Universidade de Colônia, na Alemanha (1994). É professor de História da Universidade Regional do Cariri, no Crato, interior do Ceará. Tem experiência como curador de exposições de arte popular e na área de pesquisa em História, com ênfase nos estudos da cultura popular e das artes visuais. Estuda há vários anos a história da fotografia latino-americana. sobretudo fotografia vernacular e fotopintura. Mostrou a sua coleção e trabalhos autorais entre outros na Europa, nos Estados Unidos, México e Brasil. Foi contemplado com os prêmios Marc Ferrez e Chico Albuquerque de Fotografia. Além disso, realizou estudos sobre relatos de viagem do século XIX, questões indígenas e a iconografia da morte, fazendo parte do grupo ´Imagens da morte´. Tem experiência em juris, foi um dos fundadores da Fundação Casa Grande, em Nova Olinda, membro de conselho curador do Memorial da Cultura Cearense, fez parte da coordenação do Geopark Araripe, do Museu de Paleontologia de Santana do Cariri e da antiga tipografia Lira Nordestina, além da assessoria internacional da universidade. Integra o grupo de docentes do Mestrado ProfHistória. Mantém um site: www.fotografiapopular.com.

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Publicado

2019-12-11

Como Citar

Riedl, T. B. (2019). De Índios, Crânios e Seus Colecionadores: dados sobre o exotismo e a trajetória da Antropologia, no Brasil do século XIX. Revista De Ciências Sociais, 27(1/2), 115 a 124. Recuperado de http://periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/43052