De Índios, Crânios e Seus Colecionadores
dados sobre o exotismo e a trajetória da Antropologia, no Brasil do século XIX
Resumo
O colecionador etnográfico do século XIX representava, como dizia Baldus um "espírito da última hora" (Apud Porto Alegre, 1994:631) Em conseqüência do falta de grandes tesouros, predominava, no Brasil, o gosto pelo grotesco e a observação do patológico: as ossarias. os crânios, os trófeus de cabeça, as máscaras, os botoques, o curare etc. substituiram para o mercado etnográfico, as pedras preciosas, metais brilhantes e fragmentos de templos gigantescos, encontrados em outros países do hemisfério. A trajetória das ciências, no século XIX, mostra, que o pesquisador ainda não era capaz de penetrar num mundo diferente, de cornpreendê-lo em sua diversidade, e de amadurecer através dos conhecimentos ganhos. Assim, a evolução da própria disciplina parece, hoje, exótica, e não os seus alvos de observação.
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