Elementar, meu caro Durkheim! Reflexões sobre Sociologia e Romance policial

Autores

  • Marco Antonio de Almeida Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto

Resumo

A intenção deste texto é a de analisar comparativamente a sociologia "positiva" e a literatura policial clássica, tomando como modelos a obra de Durkheim, por um lado, e as aventuras do personagem Sherlock Holmes, por outro, apoiando-se no pressuposto de que ambas, além de terem sido contemporâneas, também partilharam um mesmo "imaginário". Por imaginário entendemos o quadro referencial que fornece padrões e modelos para a estruturação de visões de mundo (sejam científicas, artísticas ou de senso comum). Esses quadros de referência modificam-se cultural e historicamente, mas, apesar da sua amplitude, podem ser definidos em suas linhas gerais em função de uma cultura e de um período histórico determinado. Em nosso caso, trata-se da Europa em meados e final do século XIX, cujo imaginário tinha como palavras-chave a ordem, o progresso e a moral, estruturadas pelo discurso da Razão e da Ciência. Acreditamos que este recorte justifica a escolha de nossos objetos: a sociologia "positiva" , que de Comte a Durkheim utilizou-se destes conceitos-chave para estruturar-se como ciência, e o romance policial, que juntamente com a ficção científica e em certa medida o naturalismo, procurava transpor algumas das diretrizes do método científico para a literatura ...

Biografia do Autor

Marco Antonio de Almeida, Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto

acharel em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP), possuindo título de mestre em Sociologia pela mesma instituição. Doutor em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), na área de Cultura e Política. Livre-Docente em Ciência da Informação e Documentação pela USP. Atualmente, é professor da Universidade de São Paulo, no curso de Ciências da Informação e Documentação da FFCLRP-USP. Também é professor e orientador no programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da ECA-USP. Foi coordenador do GT "Mediação, Circulação e Apropriação da Informação" do ENANCIB (2011-2012). Realizou período de pós-doutorado junto à Universidade Carlos III de Madrid (2013-2014). Foi editor-responsável do periódico InCID (2015-2017). Líder do PRACTIC - Grupo de Estudos de Práticas Culturais e Tecnologias de Informação e Comunicação. Pesquisa e trabalha principalmente nas seguintes áreas: teoria social da comunicação e da informação; mediação e ação cultural; sociologia da cultura, sociabilidade e novas tecnologias; políticas culturais e da informação.

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Publicado

2020-05-21

Como Citar

de Almeida, M. A. . (2020). Elementar, meu caro Durkheim! Reflexões sobre Sociologia e Romance policial. Revista De Ciências Sociais, 22(1/2), 77–104. Recuperado de http://periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/44159