Vaqueiros, agricultores, artesãos: origens do trabalho livre no Ceará Colonial

Autores

  • Maria Sylvia Porto Alegre UFC

Resumo

Este estudo procura analisar as origens do trabalho livre no sertão nordestino. Inicialmente, destacamos os aspectos mais relevantes da colonização pela pecuária e seu principal agente - o vaqueiro, no que diz respeito a essa problemática. A seguir, examinamos as mudanças advindas do cultivo do algodão em escala comercial, cujo principal resultado, do ponto de vista- das relações de trabalho, é o surgimento do "parceiro", elemento definidor do trabalho "livre", isto é, não escravo, no complexo algodoeiro-pecuário. Na segunda parte, analisamos a formação de uma indústria rural doméstica, que teve sua gênese no interior das fazendas, mercantilizando-se progressivamente e espalhando-se pelas vilas sertanejas, suas feiras e mercados. Os engenhos, casas de farinha, curtumes e olarias forneciam a infraestrutura para a sobrevivência das populações do sertão. As artes e ofícios, responsáveis pelo fornecimento de bens de consumo diário e as manufaturas de algodão (panos, redes, bordados e labirintos) constituíam os dois outros setores do artesanato, que empregava em grande parte a mão-de-obra indígena, organizada e treinada pelos jesuítas em suas aldeias e controlada depois pela administração colonial...

Biografia do Autor

Maria Sylvia Porto Alegre, UFC

Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (1966), mestrado em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (1983) e doutorado em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (1987). Atualmente é investigador visitante senior da Universidade de Lisboa e professor adjunto iv da Universidade Federal do Ceará. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia, atuando principalmente nos seguintes temas: historia indigena, cultura, artesanato, iconografia e história.

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Publicado

2020-05-21

Como Citar

Alegre, M. S. P. . (2020). Vaqueiros, agricultores, artesãos: origens do trabalho livre no Ceará Colonial. Revista De Ciências Sociais, 20(1/2), 01–29. Recuperado de http://periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/44168