CHECK OUT THE PREPRINT EDITION OF THE SECOND VOLUME OF ISSUE 41
Eulália Leurquin[1],
Antónia Coutinho[2]
Dora Riestra[3]
Discutir sobre a sala de aula de línguas, enquanto um espaço para o ensino e aprendizagem e para a formação de professor, permite-nos refletir sobre os saberes mobilizados pelos discentes e docentes no percurso de sua formação humana e profissional. Também por essa razão, pensar o contexto profissional permite-nos trazer para a discussão o papel e a eficácia dos dispositivos que utilizamos no processo de didatização dos saberes.
Neste espaço de interação didática, a sala de aula, está em jogo, pelo menos, três tipos de saberes necessários, isto é, saberes provenientes dos conhecimentos teóricos, adquiridos nas experiências formativas ou autoformativas; saberes que dão conta dos posicionamentos e orientações institucionais; e saberes didáticos que permitem ao professor ou futuro professor selecionar dispositivos para melhor interagir com os estudantes, visando a ampliar as suas capacidades de linguagem. Mas, também precisamos considerar as condições de trabalho do professor e posicionamentos implicados, as condições de aprendizagem dos estudantes. Em se tratando, especialmente as condições de trabalho do professor, não se pode desconsiderar que para além dos saberes a ensinar, saberes para ensinar e saberes profissionais, a aprendizagem profissional precisa ter base uma educação libertadora que contribua para formar a consciência crítica dos professores e lhes estimular a participar de forma responsável nos processos culturais, sociais, políticos e econômicos. Por isso, devem, sobretudo, saber ler o mundo, sua realidade. (Leurquin, 2022)
Nesse contexto complexo e conflituoso que é a sala de aula, outra ação professoral se destaca, a seleção dos dispositivos didáticos, capazes de contribuir no enfrentamento de situações problemáticas de ensino e aprendizagem e de formação de professores autônomos, parece ser um dos maiores desafios atualmente.
Nesta edição especial da Revista de Letras, em homenagem ao professor Joaquim Dolz, reunimos artigos que discutem sobre o ensino e aprendizagem de línguas materna e estrangeiras no Brasil, na Suíça, no México e em Portugal, destacando questões relacionadas à produção oral e escrita e também à leitura, com foco em conceitos desenvolvidos por este estudioso e pela sua equipe de pesquisa. Em particular, os artigos ressaltam o dispositivo sequência didática, pelo papel que ele passou a ter nas salas de aulas da Educação Básicas, no Brasil, quer seja devido ao Programa Olimpíada de Língua Portuguesa ou ao Mestrado Profissional em Letras.