A BIOGRAFIA COLETIVA FICTÍCIA DE VIVA O POVO BRASILEIRO
Abstract
Os avanços e retrocessos na ordem cronológica dos episódios narrados em Viva o povo brasileiro possibilitam a constatação da prevalência do tempo subjetivo sobre o objetivo na obra. Esse artigo procura, em particular, associar a estrutura da memória – na qual passado, presente e futuro mesclam-se de maneira dinâmica - ao romance de João Ubaldo Ribeiro, denominando-o como uma biografia coletiva fictícia. Valorizando a subjetividade de cada ponto de vista, tal ‘biografia’ ressalta a diferença entre o fato concreto e a sua narração (histórica ou fictícia), além de nos permitir atribuir a suas personagens o papel de ‘autores fictícios’. Entre elas, Patrício Macário identifica-se especialmente com João Ubaldo, assumindo importância vital para a metaficção desenvolvida. Ele é o último guardião da canastra que porta a memória do povo e, ao mesmo tempo, projeta sua identidade – funções exercidas também por Viva o povo brasileiro e, de maneira mais ampla, pela literatura em geral.
Palavras-chave: biografia coletiva fictícia, tempo subjetivo, metaficção.
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