PRONOMES EM PLENO USO: OUTRAS DEMONSTRAÇÕES DO ESSA
DOI:
https://doi.org/10.36517/revletras.39.2.6Resumen
Este trabalho tem por objetivo analisar os usos da forma ESSA e variações, buscando identificar seus usos não prototípicos. A lógica do uso prototípico desta forma compreende os seguintes atributos: a) a relação adjetiva com o substantivo ou estrutura que acompanha; b) a posição próxima a seu núcleo substantivo, com função de adjunto adnominal; c) as relações sintático-semânticas dentro da sentença em que se insere, contribuindo para melhor percepção do sentido das estruturas substantivas com as quais se relaciona; e d) a iniciação, direcionamento, com forte apelo ao status locativo. Esta pesquisa se baseia nos pressupostos teóricos da perspectiva da Linguística Funcional Clássica (doravante LFC), representada por Givón (1984), Hopper & Thompson (1980). O distanciamento do núcleo e o estabelecimento de relações mais fóricas, para além dos limites da frase, dão espaço a outras regularidades de uso mais semânticas e pragmáticas. Desta forma, perguntamos: que possiblidades funcionais menos sintáticas, mais semânticas e discursivo-pragmáticas há nos usos da forma ESSA? Como se dá a gradiência desses usos na escala de prototipicidade dentro da estrutura linguística, em função de contextos específicos? Para responder a tais questões, baseados nos princípios de iconicidade e prototipicidade da LFC, procedemos à análise dos usos regulares da forma ESSA, a partir de registros de fala, coletados no corpus D&G/Natal (1998), no corpus VALPB (Hora, 1993), C-Oral Brasil (2012) e comentários em mídias sociais (blogs, redes sociais), que evidenciem situações comunicativas reais de uso da língua. De acordo com os resultados, verificamos que, quanto mais distante o ESSA se mantiver do substantivo ou estrutura com a qual se relaciona, menos prototípico será. Como consequência, o uso do ESSA tende a ser menos sintático, mais semântico e mais discursivo; e, portanto, mais pragmático. Assim, o uso mais prototípico, mais à esquerda na escala, tende a ser mais sintático e o menos prototípico, mais à direita na escala, tende a ser mais discursivo.
Palavras-chave: Demonstrativo ESSA, Linguística Funcional Clássica, prototipicidade.
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