O MÉTODO DE ISABEL BURTON NA PRIMEIRA TRADUÇÃO DE UM ROMANCE BRASILEIRO PARA A LÍNGUA INGLESA ˗ IRAÇÉMA, THE HONEY-LIPS, DE JOSÉ DE ALENCAR
DOI:
https://doi.org/10.36517/revletras.40.2.2Resumen
Publicada em 1886, a versão em língua inglesa de Iracema, de José de Alencar, tornou-se a primeira tradução de uma obra de ficção brasileira para essa língua, inaugurando o intercâmbio literário-tradutório entre o Brasil e o Reino Unido. Além de seu caráter pioneiro, o estudo da tradução de Iracema que se propõe neste trabalho levanta questões sobre a recepção da literatura brasileira em língua inglesa, entre eles o papel do gênero indianista nesse processo, e a formação de uma tradição de representação exótica da cultura brasileira no estrangeiro. Para ajudar a esclarecer essas e outras questões, como a própria autoria da tradução, assinada por Isabel Burton, mas questionada por alguns estudiosos, apresentamos neste artigo um estudo do método tradutório empregado na obra. Por meio de uma análise comparativa entre o original e o texto traduzido, e partindo do levantamento dos procedimentos tradutórios mais utilizados na abordagem dos itens culturais específicos presentes no texto, segundo a classificação de Javier Aixelá (2013), procuramos mostrar como a prevalência de determinados procedimentos de transferência e a forma como são usados sugerem um método que indica a exotização do texto traduzido, criando uma resistência na recepção da obra e do gênero indianista em seu novo público.
Palavras-chave: Iracema; Isabel Burton; José de Alencar
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