FONELOGIA: ARGUMENTOS EM PROL DE UMA FONÉTICA-FONOLOGIA ECOSSISTÊMICA
Resumo
O objetivo deste artigo é defender uma reunificação das Lautwissenschaften (ciências do som) como requer a visão ecológica de mundo, não separando rigidamente “fonologia” e “fonética”. Isso se faz possível vendo a língua como parte de um ecossistema linguístico que contém outros ecossistemas em seu interior e com a ressalva de que determinada realidade só pode ser considerada de caráter ecossistêmico se constar de interações (I) que se dão em algum lugar, seu locus ou território (T), praticadas por alguns interagentes (P), como requer o ecossistema biológico original. Partindo desses pressupostos, podemos detectar, além dos tradicionais ecossistemas natural, mental social e integral, pelo menos mais dois subecossistemas na dimensão sonora da língua. São eles: ecossistema articulatório, ecossistema perceptivo e ecossistema fonelógico. Este último unifica fonética e fonologia. Em outras situações, é melhor falar-se em “ecologia”, como ecologia dos traços distintivos, ecologia dos itens lexicais etc. Tanto estes como aqueles se organizam não propriamente em estruturas, mas em “redes de interação orgânicas”. Por fim, o artigo salienta que o objetivo não é propor “ecossistemas” praeter necessitatem, mas uma abordagem de todo e qualquer
fenômeno da linguagem, aí inclusos os sonoros, da perspectiva ecossistêmica.
Palavras-chave: Ecossistema. Visão ecológica de mundo. Ecossistema fonelógico. Ecossistema
articulatório. Ecossistema perceptivo.
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