A descoberta do imediato: sobre o movimento filosófico do Ensaio sobre os dados imediatos da consciência de Bergson
Palavras-chave:
Bergsonismo. Imediato. Precisão. Descoberta. Expressão.Resumo
Pretendemos desvendar aquele que seria o sentido metodológico tanto quanto, a um só tempo, o sentido meditativo do Ensaio sobre os dados imediatos da consciência, primeira obra publicada de Bergson. Para tanto, intencionamos acompanhar, junto ao filósofo, o movimento de aprofundamento que constitui o estudo em questão, descrevendo as principais passagens – como passagens qualitativas ou mudanças qualitativas – entre seus três capítulos, bem como aquelas essenciais no interior de cada capítulo. Assim, colocamo-nos diante do começo do bergsonismo adotando, afinal, a própria postura recomendada à filosofia quando esta se pretende ser precisa, isto é, assumindo a atitude bergsoniana na leitura de sua própria obra; atitude na qual o movimento filosófico é uma simpatia direta e imediata com o real, mas cuja coincidência imediata se faz pela consideração e dissolução do que há de obstáculo, ou seja, na qual o movimento filosófico, como descoberta do imediato, abre-nos para a significação complexa do imediato. Desse modo, pretendemos descobrir, por nossa vez, os sentidos mais profundos do Ensaio como, ele mesmo, abertura do bergsonismo, e, enfim, igualmente compreender que essa postura que adotamos, e que motiva nossa leitura do Ensaio, na verdade não se coloca como um “preconceito” filosófico que forçamos, a priori, à obra a ser investigada: ela mesma é que nos revela o sentido dessa postura.
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Referências
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