JUDITH BUTLER LEITORA DE LOUIS ALTHUSSER: INTERPELAÇÃO, GÊNERO E MATERIALIDADE DO DISCURSO
DOI:
https://doi.org/10.36517/2025n36id95728Palavras-chave:
Judith Butler, Louis Althusser, Interpelação, Gênero, DiscursoResumo
Este artigo investiga a influência da teoria de Louis Althusser na filosofia de gênero de Judith Butler, com foco na categoria da interpelação. O objetivo é analisar como Butler (1997; 2020) se apropria da interpelação althusseriana para compreender os atravessamentos de gênero e sexualidade nas relações sociais capitalistas. Metodologicamente, o trabalho revisita criticamente a categoria althusseriana da interpelação, contrastando-a com as formulações de Butler sobre gênero como performance/citacionalidade. A análise se concentra na forma como Butler reelabora a performatividade de gênero, aproximando-a da materialidade do discurso a partir da noção de citacionalidade. Os resultados apontam que Butler, ao dialogar com Althusser, propõe uma compreensão da interpelação que considera a possibilidade de falhas e resistências. A autora argumenta que a interpelação não determina completamente a subjetividade, abrindo espaço para subjetivações que escapam à lógica dominante do capitalismo e da heteronormatividade. Conclui-se que a leitura de Butler sobre Althusser enriquece o debate sobre gênero, poder e ideologia, ao destacar a materialidade do discurso e a importância das lutas contra as normas de gênero e as desigualdades sociais. A análise revela que a sociabilidade capitalista não molda subjetividades de forma mecânica e inexorável, e que as falhas nos processos de interpelação podem gerar consciência crítica e resistência.
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