Melancolia e medo do feminino em O banho do diabo
DOI:
https://doi.org/10.36517/psg.v16i1.96245Palabras clave:
Melancolia; Feminino; Patriarcado; Cinema; Suicídio por procuração.Resumen
O artigo se propõe a analisar, a partir dos estudos de gênero e da crítica feminista, como o filme O Banho do Diabo (2024), de Veronika Franz e Severin Fiala, representa a melancolia feminina no contexto do patriarcado do século XVIII, explorando a interseção entre fanatismo religioso e controle do corpo feminino. A obra, inspirada no fato histórico de Agnes Catherina Schickin, aborda como o suicídio por procuração foi um fenômeno que exacerbou a inação da sociedade da época diante de questões de saúde mental. Analisamos como essas reflexões se evidenciam na produção por meio da encenação e montagem e dão a ver os mecanismos de opressão às mulheres naquele contexto histórico. A linguagem audiovisual revela o processo de desumanização da personagem, de invisibilidade da dor e sofrimento.
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