Uma leitura ecofeminista da poesia de Sónia Sultuane
Résumé
O objetivo deste artigo é discutir sobre a representação ecofeminista na produção poética de Sónia Sultuane, considerando, portanto, Sonhos (2001), Imaginar o poetizado (2006), No colo da Lua (2009) e Roda das encarnações (2017) e pensando sobre as relações socioculturais e de gênero em Moçambique, um país africano recém-independente que preserva tradições patriarcais, coloniais e eurocêntricas. Foi necessário, pois, desenvolver um estudo exploratório, bibliográfico e qualitativo, buscando contribuições teóricas de diferentes especialistas, tais como Aguessy (1980), Brandão, (2003; 2020), Freitas (2019), Guattari (2012), Soares (2005), Mies e Shiva (1993), entre outros. Com os poemas selecionados, vimos uma relação íntima entre o ser humano e a Natureza e uma voz poética que resgata as tradições e as memórias africanas, sob um viés animista e, revelando uma poesia que está em harmonia com os princípios ecofeministas, à medida que problematiza relações simbióticas humanas e mais-que-humanas e apresenta uma autoafirmação de uma identidade feminina em uma sociedade pós-colonial, patriarcal e capitalista.
Palavras-chave: Ecofeminismo. Poesia. Sónia Sultuane.