A linguagem literária crítica/mediadora das narrativas híbridas na sala
vias de descolonização
Abstract
A polissemia inerente ao discurso artístico da literatura possibilita a ampliação do horizonte de expectativas dos leitores, sejam eles adultos ou crianças. Nesse sentido, a arte da palavra contribui para o aprimoramento e a compreensão da linguagem como material de manipulação na elaboração dos discursos que circulam na sociedade. Desse modo, neste artigo, propomos algumas reflexões sobre a leitura de textos híbridos de história e ficção – cujo discurso sobre os eventos e as personagens do passado evidencia perspectivas distintas daquelas consagradas na história tradicional – destinada ao público infantojuvenil. Consideramos que a leitura desse tipo de obras oferece, quando encaminhada de maneira eficaz, o material propício à desenvoltura, ao longo da formação leitora, da criticidade do educando frente ao discurso historiográfico tradicional. Nesse sentido, serão expostas considerações sobre a tessitura da narrativa híbrida Degredado em Santa Cruz (2009), de Sonia Sant´Ana. Fundamentamos nossa leitura nos pressupostos de Coelho (2010), Luft (2011), Fleck (2017), entre outros. Esperamos, com as reflexões expostas neste texto, contribuir com os estudos que visam a uma abordagem do texto literário como via para a descolonização do pensamento e à formação de um leitor cidadão na América Latina.