Olhares queer sobre o jornalismo

as representações das dissidências sexuais e de gênero no Jornal O POVO

Autores

  • Francisco Rafael Mesquita Jeronimo UFC

DOI:

https://doi.org/10.36517/psg.v14iesp.85319

Resumo

Resumo: Esta dissertação analisa, a partir de um olhar queer sobre a prática discursiva do Jornal O POVO, as representações produzidas sobre as dissidências sexuais e de gênero no jornalismo contemporâneo, a fim de averiguar as concepções produzidas e refletidas nos elementos concretos da linguagem e com isso mensurar até que ponto o periódico, em sua camada informativa e opinativa, contribui para a repetição, conservação, transformação ou ressignificação dos padrões de desigualdade impostos ao conjunto de pessoas que vivem além das margens do código cisgênero e heterossexual. Este estudo parte principalmente dos pressupostos teóricos elaborados pelos Estudos Queer e de Gênero, de acordo com Lauretis (1994), Louro (2000), Butler (2000; 2017; 2019), Preciado (2011) e Bento (2014); dos Estudos do Jornalismo, através especialmente de Tuchman (1999), Traquina (2005) e Silva (2010); e da Análise Crítica do Discurso, tendo como referências as obras de van Leeuwen (1996), Fairclough (2001) e Resende e Ramalho (2011). Por meio de observação tridimensional – texto, prática discursa e prática social – confirmamos a hipótese de que os discursos veiculados no jornal, de forma geral, revestem-se de uma aparência democrática, mas acabam por expressar um padrão impersonalizado e generalizado de apresentação das identidades de resistência ao projeto cisheteronormativo – o que acontece sobretudo na faixa argumentativa do periódico, mas que também é considerável no campo informativo. Apontamos ainda que é recorrente a invisibilização de vozes não-normativas, assim como acontece a passivação e o assujeitamento destas subjetividades na narrativa das editorias mais tradicionais do jornal, entre elas os cadernos Cidades, Política (e suas variações) e Opinião; ao passo que “performatividades” subversivas e insurgentes atravessam a lógica predominante e “transviadam” o setorial de cultura e entretenimento da publicação. Acrescenta-se, por fim, que a lógica de apresentação da pauta reproduz, majoritariamente, o padrão corriqueiro do jornalismo, ou seja, afasta-se de uma discussão elucidativa das dinâmicas que produzem desigualdades relacionadas a gênero e a sexualidade e, também, ainda não é envolvido, predominantemente, por marcadores de regionalidades.

Biografia do Autor

Francisco Rafael Mesquita Jeronimo, UFC

Mestre e Doutorando no Programa de Pós-graduação em Comunicação (PPGCom) da Universidade Federal do Ceará (UFC). Integra o grupo de pesquisa PráxisJor - Práxis no Jornalismo (UFC). Possui graduação em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Faculdade Integrada do Ceará (2009), hoje Centro Universitário Estácio do Ceará. Atualmente é assessor de comunicação da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce). Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Jornalismo, atuando principalmente nos seguintes temas: assessoria imprensa, gestão em comunicação, comunicação e política, raça e etnia, cultura, educação, comunicação, LGBTI+, educação de jovens e adultos e políticas para a democratização da comunicação. Foi coordenador pedagógico e criador de formações complementares em comunicação e jornalismo e também esteve a frente dos principais encontros corporativos dos jornalistas no estado do Ceará.

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Publicado

2023-06-18

Como Citar

Jeronimo, F. R. M. (2023). Olhares queer sobre o jornalismo: as representações das dissidências sexuais e de gênero no Jornal O POVO. Passagens: Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Comunicação Da Universidade Federal Do Ceará, 14(esp), 128–130. https://doi.org/10.36517/psg.v14iesp.85319

Edição

Seção

Resumos de Teses e Dissertações