“Todo mundo faz isso, por que eu não faço?"

Discutindo discurso de ódio sobre identidades de gênero em jogos online com estudantes de ensino médio em uma escola pública de Fortaleza

Autores

  • Abner Oliveira Lopes da Silva Universidade Federal do Ceará
  • Luciana Lobo Miranda Universidade Federal do Ceará

DOI:

https://doi.org/10.36517/psg.v15i2%20especial.94419

Resumo

O presente relato de experiência é oriundo de uma pesquisa acerca da presença do discurso de ódio nos jogos online, conduzida com jovens estudantes de uma escola pública de Fortaleza. Utilizando-se das perspectivas teórico-metodológicas da Pesquisa-Intervenção e do PesquisarCOM, objetiva-se construir coletivamente concepções acerca das formas pelas quais opera e se perpetua o discurso de ódio dentro do formato do jogo online. Os jovens participaram em duas etapas, sendo a primeira um curso de extensão de 30 horas sobre riscos online onde foi denotada a prevalência do tema do discurso de ódio em jogos online. A segunda etapa consistiu em um grupo de discussão que permitiu aprofundamentos sobre a temática. Houve a participação de 5 estudantes. Ficou perceptível a presença e manutenção de uma hegemonia e dominação dos corpos masculinos no espaço dos jogos, figurando a violência de gênero como uma forma frequente de veiculação do discurso de ódio. Partindo tanto de uma perspectiva pós-estruturalista sobre os conceitos de gênero e discurso de ódio, ancoradas em Judith Butler, quanto de estudos sobre a prevalência do discurso de ódio nos jogos eletrônicos, foi possível perceber que os jogos online, assim como os jogos eletrônicos são idealizados a partir de ideais de gênero estreitos que advogam pelo masculino como único pertencente ao espaço de jogo, orientando-se pela lógica do lucro a fim de sustentar ideários comunitários excludentes sobre o feminino, o colocando em posição de subalternidade e não pertencimento ao espaço do jogo.

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Publicado

2024-11-24

Como Citar

Oliveira Lopes da Silva, A., & Lobo Miranda, L. (2024). “Todo mundo faz isso, por que eu não faço?": Discutindo discurso de ódio sobre identidades de gênero em jogos online com estudantes de ensino médio em uma escola pública de Fortaleza. Passagens: Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Comunicação Da Universidade Federal Do Ceará, 15(2 especial), 110–133. https://doi.org/10.36517/psg.v15i2 especial.94419

Edição

Seção

Dossiê Identidades infantis e juvenis na cultura digital