A não linearidade temporal da narrativa seriada e o tempo do mundo contemporâneo
Correlações a partir do conceito de cronotopo
Abstract
Partindo da assunção dos estudos de Bakhtin (2014) como contribuições fundadoras às ciências da linguagem e à semiótica, adotamos seu conceito de cronotopo como articulador de uma análise da narrativa da primeira temporada da série norte-americana Once upon a time, que tem sua base estrutural calcada em um trabalho intertextual de referências a outros textos, especialmente os clássicos contos de fada. Ao fim da discussão, depreendemos que o cronotopo é elemento central à construção de sentidos no texto cultural em questão sobretudo pelo fato de a narrativa se desenrolar no trânsito entre um cronotopo fantástico e um cronotopo do “mundo concreto” e, desse modo, a significação inevitavelmente se modifica. Avançando em nossa reflexão, alcançamos que toda a complexidade dessa narrativa, com suas intricadas articulações temporais e sua construção não linear, responde a uma desconstrução temporal contemporânea; dialogando com considerações já alicerçadas por Harvey (2014) sobre a condição pós-moderna. Nisso, a série se configura como uma grande mediação entre o sujeito receptor e a realidade objetiva. Enfim, essa história, seus discursos, representações e estrutura comunicam sobre o tempo (atual) em que se dão. É a cultura (norte-americana?) inscrita no texto (LOTMAN; USPENSKIJ; IVÁNOV, 1981).
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