Cotidiano, tempo e espaço em "Margeando o Rio" de Jiro Taniguchi
Abstract
Este artigo tem por objetivo estudar as relações das categorias narrativas do tempo e do espaço relacionado ao cotidiano presente nas histórias em quadrinhos. Nosso objeto para alcançar tal objetivo é o capítulo 8 sob o título “Margeando o Rio” presente no mangá O homem que passeia (2017), do mangaká Jiro Taniguchi. A relação tempo, espaço e cotidiano se dá por meio do personagem principal e sua relação com paisagem e cidade de Tóquio. Como fundamentação teórica buscaremos o conceito de homem ordinário na obra de Certeau (2021) e do cotidiano nos quadrinhos com Schneider (2019). A relação tempo e espaço encontramos nosso suporte nos estudos de narrativa de Bakhtin (2018) com seu estudo sobre o cronotopo e Genette (2017) com seus conceitos de frequência e velocidade, e o diálogo com Groensteen (2015) e seu estudo sobre o requadro e a calha entre quadros como espaço de passagem do tempo e no artigo do Lucas (2016) sobre o uso do espaço diegético e gráfico. Ao final, constatamos que a relação da construção do tempo, do espaço e do cotidiano ocorre por uma dilatação (ou suspensão) do tempo e uma imprecisão do espaço, características que encaixamos dentro de uma perspectiva de uma obra artística contemporânea.
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