Signos sob efeito de um poderoso psicotrópico
Bacurau como sismógrafo
Abstract
Este trabalho pretende elaborar uma reflexão sobre a expansão dos sentidos por meio do filme Bacurau, entendido como um texto cultural em que vibra uma intensa potência política. Assim, o artigo interroga as configurações sígnicas e os processos de semiose e enunciação que atravessam o filme, articulando-o com diferentes textos, tanto da contemporaneidade quanto de histórias e memórias que a constituem, no intuito de situar a potência política dessa obra cinematográfica. Nesse sentido, o artigo argumenta que Bacurau pode ser compreendido como um sismógrafo, na medida em que não apenas registra e representa signos da contemporaneidade e do passado, mas também oferece vislumbres de um futuro. Se a hipótese deste artigo estiver correta, a potência política que vibra em Bacurau deve ser compreendida a partir de uma perspectiva ao mesmo tempo sincrônica (a partir da relação texto-contexto), diacrônica (a partir das transformações históricas que condicionam o filme) e anacrônica (a partir de uma arqueologia da enunciação e do sensível).
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