PASTORIL: UM MUSICAL BRASILEIRO

Autores

  • Mércia Pinto Universidade de Brasília

Resumo

Este trabalho sumariza uma pesquisa sobre pastoril. Encenado durante o período natalino, esse gênero musical apareceu no Brasil como resultado da mútua influência de culturas que a colonização trouxe. Utopia familiar, idílio e idealização da natureza fundiam-se ao catolicismo popular e a seus votos de devoção, para construir o imaginário que permeia as festividades. No século XIX, fez mais intensamente parte da cultura popular urbana. Sua popularidade decresceu no fim do século e quase desapareceu no século XX, na fase em que era implantada a comunicação de massa. Na trajetória evidenciaram-se rupturas quando sua forma se fragmentou na prática e recombinou-se em eventos e performances. A autora destaca que as rupturas coincidiram com mudanças estruturais na sociedade brasileira. Através de planos interpretativos, aproxima o leitor dos significados de diálogos e músicas e põe em questão alguns fatos da cultura brasileira, pretendendo contribuir para desenvolver métodos de investigação de tradições populares.

Biografia do Autor

Mércia Pinto, Universidade de Brasília

Professora do Departamento de Música, Universidade de Brasília. Ph.D. Musicology University of Liverpool-England.

Referências

Anderson, Benedict. 1993. Imagined Communities. London: Verso.

Andrade, Mário de. 1959. Danças Dramáticas do Brasil. São Paulo: Livraria Martins Editora.

Belloni, Maria Luíza. 1994. "A Mundialização da Cultura". in Sociedade e Estado. Vol. IX. Departamento de Sociologia. UnB.

Blacking, john. 1977. "Some Problems of Theory and Method in Study of Musical Change". In Year Book 01tbe International Folk Music Council. Vol. 9.

___ 1986. "Identifying Processes of Musical Changes". In World 01Music. Vol. XXVIII, n. 1.

Block, Adrienne. 1983. The Early French Parody Nôels (2 v.). Michigan: UMI Research Press.

Brandão, Théo. 1951. Folguedos Natalinos de Alagoas. Maceió: Depto. Estadual de Cultura de.

___ 1977. O Presépio de Alagoas. Museu Théo

Brandão. MEC. Maceió.

Burkhardt, J. 1991. A Cultura do Renascimento na Itália. Brasília: Editora da Universidade de Brasília.

Canclini, Nestor Garcia. 1997. Culturas Híbridas. São Paulo: EDUSP.

Chaves, Luiz. 1917. O Primeiro Presépio de Lisboa Conhecido. (séc. XVIII) Imprensa nacional de Lisboa.

Coelho, Jacinto (editor). 1973. Dicionário de Literatura (2 v.), Porto.

Colerick, George. 1995. Romanticism and Melody. London: Juventus.

Debret, Jean Baptiste. 1834. Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil (2 v.). Paris: Ed. Firmin Didot.

Empson, William. 1950. Some Versions of Pastoral. London, Chatto Windus.

Etton, Andrew Y. 1984. Literature and Pastoral. London: Yale University Press.

Furtado, Maurício. 1972. "Auto da Lapinha". In Revista Brasileira de Folclore n.33, p. 114. CDFB.

Gardner, George. 1846. Travels in the Interior of Brazil. London: Reeve Brothers Publishers.

Graham, Maria. 1824. Diário de uma Viagem ao Brasil (republicado em 1990. EDUSP. S. Paulo)

Gramsci, Antonio. 1986. Literatura e Vida Nacional. Rio: Civilização Brasileira.

Grebe, Maria Esther. 1969. "Introducción al Estudio del Villancico en Latinoamérica". Santiago, Revista Musical Chilena, v. 23, parte 107.

Greg, Walter W. 1959. Pastoral Poetry and Drama. New York: Russel and Russel.

Gibbon, J, Murray. 1930. Melody and Lyric. London: Dent and Sons.

Grove Dictionary of Music and Musicians. 1980. London: Stanley Sadie.

Hoornaert, Eduardo. 1992. História da Igreja no Brasil. Petrópolis/RJ: Vozes.

Iser, Wolfgang. 1996. O Fictício e o Imaginário: perspectivas de uma Antropologia Iiterária: Rio: Editora da UFRJ.

Jolles, Andrè. 1972. Formes Simples. Collection Poétique. Paris: Editions du Seuil.

Kidder, Daniel P. 1845. Reminiscências de Viagens e Permanências nas Províncias do Norte do Brasil (republicado pela EDUSP em 1990).

Koster, Henry. 1816. Travels in Brazil. London: Longman.

Lamas, D. Martins. 1978. Pastorinhas, Pastoris, Presépios e Lapinhas. Rio de Janeiro: Grafica Olympio Editora.

ling, Jan. 1977. Musik som Avbild au Verkligheten. Gôteborg: Musikvetenskapliga Institutionen vid Gõteborg Universitet.

___ 1989. Europas Musik Historia- Folkmusiken. Góteborg, Esselte Studium Fôrlag,

Magia, Carlos H. 1969. La Lyrica Popular Contemporanea. México: El Colegio de Mexico.

Meio, Luiz Gonzaga. 1990. O Pastoril profano de Pernambuco. Recife: Fundação Joaquim Nabuco.

Merwe, Peter van der. 1992. Origins of the Popular Style. Oxford: Clarendon Press.

Middleton, Richard. 1993. Studying Popular Music. Milton Kaynes, Open University Press.

Morais, José de Meio. 1888. Festas Populares do Brasil. Rio de Janeiro: Garnier.

___ 1895. Costumes e Tradições do Brasil: festas de natal. Rio de Janeiro: Livraria Contemporânea.

___ 1901. Serenatas e Saraus. Rio de Janeiro: Garnier. ___ 1904. História e Costumes. Rio de Janeiro: Garnier.

___ 1905. As Vésperas de Reis: os Ranchos. Rio de Janeiro: Garnier.

___ 1957. Bailes Pastoris da Bahia. Salvador: Livraria Progresso.

___ 1979. Festas e Tradições Populares do Brasil. São Paulo: EDUSP.

Morais, Manuel. 1986. Vilancetes, Cantigas e Romances do Seco XVI. Ed. Portugaliae. Fundação Caluste Gulbenkian.

Nettl, Bruno.1978. Eight Urban Musical Cultures tradition and changes. University of Illinois Press. Urbana.

Oliveira, Dulce Martins. 1954. Baile Pastoril. Rio de Janeiro: Borsoi.

Ott, Carlos. 1954. Baile Pastoril da Babia. Salvador: Faculdade de Letras da UFBA.

Pinto, Mércia. 1997. The Brazilian Pastoril, a History of a Popular Musical Genre (tese de doutorado). Universidade de Liverpool. Inglaterra.

Peyre, Henri. 1975. Introdução ao Romantismo. Lisboa: Publicações Europa América.

Prato, Paolo.1985. "Musical Kitsch: dose encounters between pops and classics", in Popular Music Perspectives. Papers of the International Conference on Popular Musica Studies, Gõteborg, IASPM.

Priori, Mary deI. 1993. Ao Sul do Corpo. Rio de Janeiro: José Olympo Editora.

Querino, Manoel. 1914. Bailes Pastoris- trechos condensados. Salvador: Typographia Almeida.

Romero, Sílvio. 1883. Cantos Populares do Brasil. Lisboa (republicado em 1985 pela EDUSP).

Rowe, W. e Schelling, V. 1996. Memory and Modernity - popular culture. London: Verso.

Sette, Mário. 1958. Maxambombas e Maracatús. Rio de Janeiro: Livraria Casa do Estudante do Brasil.

Stevenson, Robert. 1976. Vilancicos Portugueses. Ed. Portugaliae. Fundação Caluste Gulbenkian.

Tagg, Philip. 1982. "Nature as a Musical Mood Category". IASPM: P8205. Stensilserien. Góteborgs Universitet.

Tarasti, Eero. 1994. Musical Semiotics. Indiana: Indiana Univeristy Press.

Turner, Victor. 1982. Celebration- studies in festivity and ritual. Washington: Smithsonian Institution Press.

___ 1992. The Anthopology of Performance. N. York: Paj Publications.

Villanueva, Carlos. 1994. Los Villancicos Gallegos. La Coruña. Fund. Pedro Barrié de la Maza.

Wölfflin, Heinrich. 1968. Renaissance und Barockeine Untersuchung über Wesen und Entstehung des Barockstils. Basel, Schwabe Co.

Downloads

Publicado

2018-11-21

Como Citar

Pinto, M. (2018). PASTORIL: UM MUSICAL BRASILEIRO. Revista De Ciências Sociais, 33(2), 16–36. Recuperado de http://periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/39685