Antropologia no Ceará: algumas notas sobre o porvir e o vigor de ter sido

Autores

  • Alexandre Fleming Câmara Vale Universidade Federal do Ceará
  • Teresinha Helena de Alencar Cunha Universidade Federal do Ceará - UFC
  • Vera Rodrigues Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira - UNILAB.

Palavras-chave:

História da Antropologia, Ceará, Pós-Graduação, Ciências Humanas

Resumo

O dia 17 de agosto de 2017 constitui uma data especial para o ensino e a pesquisa antropológica no Estado do Ceará. A Antropologia cearense retoma então, em novas bases e com novas parcerias, uma história que fora interrompida. A data celebra a instituição de nosso Mestrado Acadêmico, uma parceria entre a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (UNILAB). Para nós da UFC, desde os idos do Instituto de Antropologia, fundado em 1953 e extinto em 1957, em nosso Estado, não se tem registro de um esforço sistemático e institucional consagrado ao ensino e formação, pesquisa e extensão em antropologia, com o reconhecimento da Capes e da ABA. O presente artigo tem portanto como objetivo registrar alguns dos passos da história aludida para, em seguida, refletir sobre o nosso passado antropológico, nosso presente a as possibilidades futuras no encontro dessas duas universidades.

Biografia do Autor

Alexandre Fleming Câmara Vale, Universidade Federal do Ceará

Professor Associado II na Universidade Federal do Ceará e Coordenador do Laboratório de Estudos da Oralidade. Na UFC, concluiu bacharelado (com concentração em antropologia), mestrado e doutorado. Atuando exclusivamente na área de Antropologia, lecionou por 10 anos na Universidade Estadual Vale do Acaraú (Sobral). Em 2006, foi aprovado em concurso para Professor Adjunto de Antropologia na UFC. Depois de algumas incursões pelo campo religioso (corpo e religiões de transe, monografia de Bacharelado), afunilou seu interesse para as questões ligadas à corporeidade, gênero, sexualidade, cinema e antropologia visual. No mestrado, concluiu a dissertação com um trabalho sobre cinemas pornográficos no centro da cidade de Fortaleza, abordando aspectos ligados à experiência transgênero, trabalho sexual, (homo)territorialidades e mercado da pornografia. No doutorado, seguiu trabalhando sobre a experiência transgênero, agora pensada em relação aos processos migratórios. Para tanto, permaneceu, por dois anos em situação de doutorando ?sanduiche?, vinculado a École des Hautes Études en Sciences Sociales e ao Loboratoire d?Anthropologie Sociale, em Paris. Publicou, entre outros trabalhos: No Escurinho do Cinema: Cenas de um Público Implícito (São Paulo: Annablume, 2000), o verbete Anthropologie, para o Diccionaire de L?Homophobie (Paris: Puf, 2003), as coletâneas Estilísticas da Sexualidade (Campinas: Pontes, 2005) e França e Brasil: Olhares Cruzados Sobre Imaginários e Práticas Culturais (São Paulo: Annablume, 2012). Coordenou a realização da Coleção de Livros Ceará Cadinho (Prêmio Manuel Coelho Raposo para Autores Cearenses da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará. Fortaleza: Expressão Gráfica e Leo, 2011. 7 volumes) e publicou O Voo da Beleza: experiência trans e migração (Fortaleza: RDS Editora, 2013). Realizou os seguintes documentários: Cinema Caradura (45 min., 2010), Homenagem ao Antropólogo Geraldo Markan (15 min., 2011) e O Voo da Beleza (84 min., 2012/2013). No período de maio de 2013 a maio de 2014, realizou pós-doutorado na Universidade de Estrasburgo, convidado pelo antropólogo David Le Breton.


Teresinha Helena de Alencar Cunha, Universidade Federal do Ceará - UFC

Antropóloga, professora aposentada da Universidade Federal do Ceará (UFC), ex-Pesquisadora do Instituto de Antropologia do Ceará, fundadora do Curso de Ciências Sociais da UFC.


Vera Rodrigues, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira - UNILAB.

Professora adjunta no Instituto de Humanidades da UNILAB- Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira. Professora no Programa de Mestrado em Antropologia UFC-UNILAB. Coordenadora da Linha de Pesquisa "Identidades e Políticas Públicas" do Grupo de pesquisa Oritá - Espaços, Identidades e Memórias. Coordenadora do Centro de Estudos Interdisciplinares Africanos e da Diáspora (Ceiafrica). Coordenadora do "Mulheres Negras Resistem: processo formativo teórico-político para mulheres negras". Doutora em Antropologia Social pela USP - Universidade de São Paulo (2012) ; Mestre em antropologia social - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2006); Bacharel em Ciências Sociais Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2004). Coordenadora pedagógica do Curso de Especialização (EAD) UNIAFRO- Promoção da Igualdade Racial no Ambiente Escolar (2014-2016). Conselheira Estadual de Promoção da Igualdade Racial (2016-2018). Coordenadora do curso de Bacharelado em Antropologia (2015-2017). . Ex-Bolsista do Programa Internacional de Bolsas de Pós-graduação da Fundação Ford (2007); Realizo pesquisas com ênfase em Antropologia das Populações Afro-Brasileiras, atuando principalmente nos seguintes temas: quilombos, políticas públicas, educação, racismo, relações etnicorraciais e feminismo negro.

Referências

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VIEIRA, Maria Sulamita de Almeida. Caminho das Ciências Sociais na UFC. 1. ed. Fortaleza: Edições UFC, 2016. v. 1. 286p.

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Publicado

2019-03-01

Como Citar

Vale, A. F. C., Cunha, T. H. de A., & Rodrigues, V. (2019). Antropologia no Ceará: algumas notas sobre o porvir e o vigor de ter sido. Revista De Ciências Sociais, 50(1_Mar/Jun), 253–274. Recuperado de http://periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/40373

Edição

Seção

50 Anos das Ciências Sociais na UFC