Movimento estudantil online contra LGBTIFOBIA:

práticas discursivas e educativas em mídias digitais da UBES

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36517/rcs.52.3.d03

Palavras-chave:

Movimento estudantil, LGBTIfobia, Educação, Mídias digitais, Análise do Discurso

Resumo

Neste artigo, analisamos a construção de práticas discursivas e educativas que se opõem à LGBTIfobia por meio das mídias digitais do movimento estudantil, entendidas como espaço de formação de práticas educativas e político-ativistas, vinculadas, mas não restritas à escola. Para tanto, partindo de uma perspectiva interdisciplinar e pautados no referencial teórico-metodológico da Análise do Discurso, selecionamos como corpus de análise dois vídeos postados na rede social Instagram da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES). Nossos resultados apontam para a construção de saberes e de consciência das opressões contra corpos LGBTI, aliados à uma perspectiva de saber vinculada às relações de poder, à coletividade e a um dever ético com a emancipação social.

Biografia do Autor

Gabriel Merlim Moraes Villela, Universidade Federal Fluminense

Gabriel Merlim Moraes Villela é graduando da licenciatura em Ciências Sociais (UFF) e egresso do ensino médio/técnico do Cefet/RJ, onde desenvolveu pesquisa, em Análise do Discurso, voltada à produção de vídeos na internet por jovens negros LGBTI. É pesquisador vinculado ao Laboratório de Análises e Pesquisas em Democracia e Cidades (LADEC/UFF), ao Núcleo de Articulação do Trabalho Educativo (NUARTTE/UFF) e ao grupo de pesquisa Estudos sobre Violências (UFF). Tem se dedicado às áreas de estudo da sociologia, da educação e da análise do discurso, focalizando os estudos de gêneros e sexualidades, a participação política online, as relações étnico-raciais e mídias.

Maria Cristina Giorgi, Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca

Doutora em Letras pela Universidade Federal Fluminense (2012) e mestre em Letras (2005) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É graduada em Letras (Habilitação Português Espanhol) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Com orientação teórica em análise do discurso de base enunciativa, tem interesse em investigações sobre formação docente, e questões étnico-raciais, com especial foco em mídia e discurso. É professora titular do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca - Cefet/RJ, onde atua desde 2005. Atua no Ensino Médio e Técnico e nos Programas de Pós-Graduação em Relações Étnico-Raciais e Filosofia e Ensino e tendo coordenado o curso lato sensu em Relações Étnico-Raciais e Educação. É líder dos grupos de pesquisa Práticas discursivas na produção de identidades sociais: Fatores humanos, organizações, trabalho, tecnologia e sociedade (Cefet/RJ) e Práticas de linguagem, trabalho e formação docente (UFF).

Referências

ABRANTES, Filipe Silva de. Processos de construção da fórmula “ideologia de gênero”. Dissertação (Mestrado em Letras) 一 Instituto de Letras, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 162 p. 2020.

ALMEIDA, Fábio Sampaio de; GIORGI, Maria Cristina. Análise discursiva do Plano de Desenvolvimento Institucional do CEFET/RJ: uma proposta de resistência a um discurso institucional hegemônico. Gragoatá, Niterói, v. 18, n. 34, p. 281-298, 6 jul. 2013. https://doi.org/10.22409/gragoata.v18i34.32972

BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. São Paulo: Editora 34, 2016.

BORRILLO, Daniel. Homofobia: história e crítica de um preconceito. Belo Horizonte, Brasil: Autêntica Editora, 2010.

BULGARELLI, Lucas. Moralidades, direitas e direitos LGBTI nos anos 2010. In: GALLEGO, Esther Solano. (Org.). O ódio como política: a reinvenção das direitas no Brasil. São Paulo: Boitempo, 2018. p. 97-102.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A educação popular na escola cidadã. Petrópolis/RJ: Vozes, 2002.

CAETANO, Marcio. Movimentos curriculares e a construção da heteronormatividade. In: RODRIGUES, Alexsandro; BARRETO, Maria Aparecida Santos Corrêa (Orgs.). Currículos, gêneros e sexualidades: experiências misturadas e compartilhadas. Vitória, ES: Edufes, 2013. p. 63-82.

CARNEIRO, Maria Valmirene Oliveira. A cultura local em sala de aula: o repente como elemento motivacional e identitário para as práticas de letramento. Dissertação (Mestrado Profissional em Letras/ProfLetras) - Universidade Estadual de Feira de Santana. Feira de Santana, 140 p. 2016. Disponível em: <http://tede2.uefs.br:8080/bitstream/tede/545/2/MARIA%20VALMIRENE%20-%20Disserta%C3%A7%C3%A3o.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2021.

CUNHA, Luiz Antonio. Ideologia reacionária na educação. In: AGUIAR, Márcia Angela da Silva; MOREIRA, Antônio Flávio Barbosa; PACHECO, José Augusto de Brito (Orgs). Currículo: entre o comum e o singular. Recife: ANPAE, 2018. p. 36-62. Disponível em: <https://www.anpae.org.br/website/noticias/410-2018-02-24-21-20-04>. Acesso em: 15. jun. 2021.

ESCOLA SEM PARTIDO – ESP. Escola Sem Partido, 2020. Disponível em: <https://www.escolasempartido.org/>. Acesso em: 12/05/2020.

FONSECA, Mônica Padilha. O movimento estudantil como espaço dialógico de formação. Monografia (Licenciatura em Pedagogia) - Faculdade de Educação, Universidade de Brasília. Brasília, 98 p. 2008. Disponível em: <https://bdm.unb.br/bitstream/10483/1118/1/2008_MonicaPadilhaFonseca.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2021.

FOUCAULT, Michel. A verdade e as formas jurídicas. Rio de Janeiro: Nau, 2013.

FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2015.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade 1: A vontade de saber. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2018.

GADOTTI, Moacir. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre, Ed. Artes Médicas, 2000.

GOHN, Maria da Glória. Movimentos sociais na contemporaneidade. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro, v. 16, n. 47, p. 333-361, ago. 2011. https://doi.org/10.1590/S1413-24782011000200005.

GOHN, Maria da Glória. Teoria dos movimentos sociais: paradigmas clássicos e contemporâneos. Ed. Edições Loyola, 1997.

JUN, Heensoon. Cissexism (genderism or binarism). In: JUN, Heesoon. Social justice, multicultural counseling and practice. 2. ed. Olympia: Springer, 2018. p. 161-186.

LIB NEO, José Carlos. Pedagogia e Pedagogos, para quê. São Paulo: Cortez. 2005.

LOURO, Guacira Lopes. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2000.

MAINGUENEAU, Dominique. Análise de textos de comunicação. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2004.

MAINGUENEAU, Dominique. Discurso e análise do discurso. São Paulo: Parábola Editorial, 2015.

MAINGUENEAU, Dominique. Gênese dos discursos. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

PADILHA, Felipe; FACIOLI, Lara. Sociologia Digital: apontamentos teórico-metodológicos para uma analítica das mídias digitais. Ciências Sociais Unisinos, v. 54, nº 3, p. 305-316, set./dez., 2018. http://dx.doi.org/10.4013/csu.2018.54.3.03

ROCHA, Décio; DEUSDARÁ, Bruno. Análise de Conteúdo e Análise do Discurso: aproximações e afastamentos na (re)construção de uma trajetória. Alea: Estudos Neolatinos (Impresso), v. 7, nº 2, p. 305-322, 2005.

ROCHA, Décio. Representação e Intervenção: Produção de Subjetividade na Linguagem. Gragoatá, v. 1, nº 21, p. 355-372, 2. sem., 2006. https://doi.org/10.22409/gragoata.v11i21.33231

ROCHA, Deise Ramos. O impacto dos movimentos sociais na formação e atuação docente: construções dialógicas para uma educação emancipatória e libertária. Monografia (Licenciatura em Pedagogia) 一 Faculdade de Educação, Universidade de Brasília. Brasília, 144 p. 2013. Disponível em: <https://bdm.unb.br/bitstream/10483/6299/1/2013_DeiseRamosDaRocha.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2021.

SANDVIG, Christian; HAMILTON, Kevin; KARAHALIOS, Karrie; LANGBORT, Cedric. Auditing algorithms: Research methods for detecting discrimination on internet platforms. In: Data and Discrimination: Converting Critical Concerns into Productive Inquiry, 64º Annual Meeting of the International Communication Association. 2014. Seattle, Washington/EUA. [Anais eletrônicos]. Seattle, 2014. p. 1-23. Disponível em: . Acesso em: 15 jun. 2021.

SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia: teorias da educação, curvatura da vara, onze teses sobre educação e política. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1984.

UNIÃO BRASILEIRA DOS ESTUDANTES SECUNDARISTAS (UBES). A UBES. União Brasileira dos Estudantes Secundaristas - UBES, 2021a. A UBES. Disponível em: <https://ubes.org.br/a-ubes/>. Acesso em: 15 jun. 2021.

UNIÃO BRASILEIRA DOS ESTUDANTES SECUNDARISTAS (UBES). Dia Internacional de luta contra a LGBTfobia ✊

Downloads

Publicado

2021-11-01

Como Citar

Villela, G. M. M., & Giorgi, M. C. (2021). Movimento estudantil online contra LGBTIFOBIA:: práticas discursivas e educativas em mídias digitais da UBES. Revista De Ciências Sociais, 52(3), 65–95. https://doi.org/10.36517/rcs.52.3.d03

Edição

Seção

Dossiê: Escola e LGBTfobia