Sinédoque constitucional: o desafio (desigual) de agrupamentos profissionais para transformar interesses particulares em valores constitucionais universais

Autores/as

Palabras clave:

Hegemonia, Controle de constitucionalidade das leis, Associações de classe

Resumen

Com base tanto em dados colhidos pelo próprio pesquisador, quando em dados de outras pesquisas, o presente trabalho se dedica a analisar como certos associações de classe buscaram, em ações de controle de constitucionalidade junto ao STF, apresentar seus interesses particulares como interesses gerais – cerne da noção de hegemonia, tal como desenvolvida por autores como Gramsci e Laclau. O que se observa nos dados analisados é que o esforço em se mostrar como detentores do interesse geral é tanto menor, e tanto mais bem-sucedido, quando há entre os grupos que mobilizam o controle de constitucionalidade e os julgadores das ações um maior universo compartilhado, uma espécie de habitus comum, para fazer uso da noção clássica de Bourdieu.

Biografía del autor/a

Igor Suzano Machado, Universidade Federal do Espírito Santo

Graduado em Ciências Sociais pela UFES. Graduado em Direito pela FDV. Mestre em Sociologia pelo IUPERJ-UCAM. Doutor em Sociologia pelo IESP-UERj. Ex-professor do departamento de Ciências Sociais da UFV. Professor Adjunto III da UFES.

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[TRECHO SUPRIMIDO PARA EVITAR IDENTIFICAÇÃO DE AUTORIA].

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Publicado

2018-07-01

Cómo citar

Machado, I. S. (2018). Sinédoque constitucional: o desafio (desigual) de agrupamentos profissionais para transformar interesses particulares em valores constitucionais universais. Revista De Ciências Sociais (Revista De Ciencias Sociales), 49(2_Jul/Out), 59–92. Recuperado a partir de http://periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/30817