A sociodiceia europeia e seu avesso: a propósito de Raízes do Brasil desde a colonialidade do poder
Palabras clave:
Sérgio Buarque de Holanda, ética protestante, decolonialidadeResumen
O objetivo do presente trabalho é apresentar alguns dos problemas da interpretação do Brasil feita por Sérgio Buarque de Holanda a partir de questões postas pela teoria da decolonialidade, sobretudo, sua releitura a respeito das premissas das teorias da modernização. Ao assumir certos pressupostos da teoria de Max Weber, o autor de Raízes do Brasil contribuiu para a consolidação de um imaginário que ainda hoje informa modelos explicativos dos problemas brasileiros e que integra as formas de classificação geopolíticas em nível global. Para tanto, o ensaio inicia com uma breve discussão das elaborações teóricas de Max Weber em torno da ética protestante e do espírito do capitalismo para, em seguida, apresentar as apropriações feitas por Sérgio Buarque de Holanda. A constelação de elementos comuns que perpassam a produção sociológica dos dois autores é, então, confrontada com o paradigma da decolonialidade com que se espera evidenciar alguns dos limites das narrativas tradicionais sobre a modernidade.
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